Quinta-feira, 3 de novembro de 2016 - 21h05
Sem charme, sem carisma, nenhum apoio popular, sem ibope na Globo nem na Veja, sem unanimidade nos partidos da base, propostas estapafúrdias, nenhuma ideia de como sair da crise, convenhamos: está fácil derrubar Temer. Quem vai sentir sua falta? Quem vai chorar por ele? Quem vai sair em passeata por ele? Quem vai salvá-lo? Geddel? Jucá? Padilha? Atire a primeira pedra quem nunca pecou ali.
Todos aqueles movimentos de direita queriam derrubar a Dilma, queriam acabar com o PT. Só isso. E conseguiram. Ninguém ali era a favor de Temer exatamente. E continua não sendo.
Há vários sinais de que a queda pode estar próxima e o Brasil reviver os anos que se seguiram ao suicídio de Getúlio Vargas quando, entre a sua morte, em 24 de agosto de 1954 e a posse de Juscelino Kubitcheck, a 31 de janeiro de 1956, o país amargou dois anos de instabilidade política, tendo sido governado por três presidentes: Café Filho, Carlos Luz e Nereu Ramos. Nenhum país funciona direito com três governos diferentes em dois anos.
Um dos sinais da queda é a prisão de Eduardo Cunha que, a essa altura, mesmo que o fato não tenha sido noticiado já pode estar entabulando a sua delação premiada que só terá valor para a República de Curitiba se atingir pessoas acima dele na hierarquia do poder.
É pule de dez em Brasília que Cunha tem o que falar de Temer. E não teria o menor problema, muito ao contrário, em falar de seu ex-parceiro. A turma de Curitiba também parece não ter a menor estima por Temer ou por seu governo.
Outro sinal é a delação de Duda Mendonça, noticiada hoje, na qual confessou ter recebido da Odebrecht no exterior, via caixa 2, vários milhões de dólares ganhos na campanha de Skaf ao governo de São Paulo, em 2014.
A leitura mais apressada pode sugerir que Skaf está em maus lençóis, mas o próprio Duda afirmou à PGR que a negociação foi efetuada pela direção do PMDB e todo mundo sabe que o tesoureiro do partido e o presidente do partido são a mesma pessoa no PMDB e essa mesma pessoa, desde a morte de Orestes Quércia, é Michel Temer. É óbvio, no entanto, que seria impossível Skaf não ser informado de que seu marqueteiro foi pago dessa forma.
Outro sinal é a delação-bomba prestes a explodir, a de Marcelo Odebrecht, na qual cita Temer como receptor de dinheiro oriundo de rapina estimado em 10 milhões de reais e que parece completar a delação de Duda.
Mais um sinal é o artigo de hoje na Folha assinado por Xico Graziano, onde, como quem não quer nada, defende o nome de FHC para a eleição indireta no Congresso Nacional no caso de o TSE cassar a chapa Dilma-Temer no ano que vem. O que fica cada vez mais factível em virtude dessas notícias todas liberadas pela força tarefa de Sergio Moro a respeito do atual inquilino do Planalto. Embora garanta que fala em nome próprio e não faz parte de nenhum grupo, a menos que tenha acontecido algum fato novo Graziano sempre foi tido no PSDB como homem do Serra, atual chanceler de Temer. É um dos poucos que o entende e o aguenta. Seu texto reforça a impressão de que a ponte para o futuro de Temer pode ser mais curta do que ele imaginava.
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