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Ministério da Paz com igual orçamento ao do Ministério da Defesa


António CD Justo - Gente de Opinião
António CD Justo

Desarmamento em vez de Redução da Assistência social

 

O velho apelo de se “fazer a paz sem armas” foi substituído por “fazer a paz com armas”: uma contradição que apoia os que não querem a paz, mas a guerra para poderem expandir o seu poder...

O armamento mata mesmo sem guerra e cria pobreza porque o dinheiro que vai para o armamento falta noutro lugar do orçamento.

Hoje seria perigoso politicamente fazer a proposta de “em vez de armas plantar-se árvores” resolvendo-se dessa maneira o problema ecológico e da guerra!...

Não há solução, mas os lobistas das armas também não têm solução, apenas lucro!...

Temos sido levados por um caminho egoísta e precipitado no sentido de uma militarização perigosa da sociedade. Raiz do mal: 2% do produto interno bruto ao ano para fins militares...

Qual será a razão por que os cidadãos e os contribuintes não têm direito a um Ministério da Paz paralelo ao Ministério da Defesa (com orçamento estatal igual ao militar)? Assim teríamos um estado mais justo e democrático que contemplava um orçamento em defesa do povo e outro em defesa dos interesses institucionais que se encontram nas mãos de elites...

Quanto sangue do povo deve fluir, até que se procure uma solução através de conversações?

A rotina impede-nos de criar iniciativas dignas e propícias a uma nova era mais desenvolvida e virada para a paz e centrada no bem-comum, no bem da pessoa e do povo e não na sustentabilidade da sua exploração pelos mais fortes, com a desculpa que só a concorrência poderá produzir progresso...

Em 2015, mais de um milhão de refugiados de guerra da Síria, Iraque, Somália e Eritreia chegaram à Alemanha. Entre o final de fevereiro de 2022 e 28 de março de 2023, 1.058.218 refugiados da Ucrânia foram registrados no Registro Central de Estrangeiros alemão. A Alemanha mostra-se pródiga, mas pratica discriminação no trato baseado na origem dos refugiados...

Em África têm sido mortos milhões de pessoas devido a intrigas dependentes de interesses americanos, europeus, muçulmanos e russos e apesar disso, a sensibilidade moral pública mantem-se indiferente relativamente às barbaridades políticas e económicas praticadas em países africanos.

Armas não são a resposta do povo, armas são sim a resposta dos poderosos; estes não morrem na guerra e vivem bem da guerra! Hoje a guerra ainda é mais injusta que nos tempos antigos porque nestes também morriam poderosos!

Lamentamos o facto de Jesus ter sido morto por causa de sua ideia de amor a Deus, ao próximo e ao inimigo (O amor aos inimigos seria uma forma de reconhecer a nossa cumplicidade na hostilidade!) mas paradoxalmente continuamos a apoiar os Pilatos, os Herodes e os Judas Iscariotes da história actual.

A majestade dos poderosos mancha a terra e humilha os simples!

António CD Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8429

 

 

ENCONTROS DE JESUS COM PILATOS E COM AS MULHERES

Significado ainda não reconhecido da Presença das Mulheres junto à Cruz

Neste processo pode-se verificar não só a tragédia do encontro do divino com o humano, tragédia esta que se expressa na relação entre a instituição e o humano, mas também a relação desequilibrada entre o princípio da feminilidade e o princípio da masculinidade no nosso modelo social! Pilatos e as instituições alheiam-se da caminhada humana de Jesus, das mulheres e do povo para em grande parte fazerem uma caminhada paralela, fora da comunidade. 

Segundo relata o evangelista João, Jesus foi envolvido no jogo do pingue pongue do poder institucional religioso e do poder político (1)...

Apesar de estar ciente da monstruosidade que se estava a cometer Pôncio Pilatos pergunta novamente: "Devo crucificar o vosso rei?" e paradoxalmente os sumos sacerdotes, afirmam aquela monstruosidade dizendo: „Não temos rei, para além do imperador!”

Deste modo o Sinédrio através do seu testemunho está disposto a renunciar ao seu específico de “povo de Deus” (porque abdica da sua autoridade religiosa que tinha de decidir - excepto a pena de morte - em questões do foro religioso e ao renunciar a ele submete-o ao foro político imperial) para se submeter totalmente ao imperador e deste modo Jesus passa a ser condenado à morte porque abandonado por todos (povo, discípulos e instituições). ...

Jesus tinha apelado para a soberania da consciência individual de Pilatos e não para o seu papel de funcionário porque o poder que ele possui não é inerente a si mesmo, mas vem da soberania estatal de que era servo na qualidade de governador! Esta questão apresenta uma dicotomia que nos acompanhará até ao fim da História!...

 

A Presença das Mulheres junto à Cruz

As mulheres (Maria mãe de Jesus, Maria mulher de Clopas e Maria Madalena) que acompanharam Jesus até à cruz foram as primeiras a testemunharem a sua ressurreição e a assumirem um papel decisivo na história da salvação e na proclamação do Evangelho. Como primeiras discípulas de Jesus apoiaram a sua missão durante toda a sua vida pública. Enquanto os discípulos homens fugiram ao verem a violência e a humilhação, as mulheres mostraram coragem e fidelidade. A matriz sociológica masculina em que continuamos a viver não aprecia suficientemente o papel das mulheres na sociedade nem dignifica razoavelmente a importância do papel das mulheres na história da salvação, se atendermos à questão da valorização meramente funcional e à discriminação e subjugação dos valores da feminidade no nosso modelo social...

Neste processo acontece com a feminilidade (mulheres) o que aconteceu com Jesus que foi condenado pelo facto de Pilatos e as instituições não assumirem responsabilidade pessoal para a alhearem em papéis exteriores mais próprios de interesses institucionais do que humanos (a feminilidade, a religião dá lugar à masculinidade, à política)...

... Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor e transmitiu-lhes a sua mensagem. Madalena tornou-se assim a apóstola de Jesus em relação aos apóstolos!

Em nota (4) ver outros encontros a acrescentar à tradição popular da Via Sacra.

Permanece a chamada de atenção de Jesus: “Todos os que amam a verdade escutam a minha voz.” Esta voz não precisa necessariamente de ser entendida em termos de confissão religiosa. Jesus Cristo pode também ser entendido como protótipo privilegiado de todo o humano e de toda a humanidade!

António CD Justo

Teólogo e Pedagogo

Texto completo e notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8426

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