Segunda-feira, 23 de outubro de 2017 - 05h12
247 - Em sua coluna nesta segunda-feira (23), o sociólogo Celso Rocha de Barros ironiza as vantagens "virtuais" oferecidas pelo governo em troca de votos para a salvação de Michel Temer.
"É preciso registrar que Temer chega nesse julgamento mais fraco do que chegou no último, porque acabou o dinheiro para comprar apoios dos parlamentares.
A falta de dinheiro fica clara no número de vantagens oferecidas pelo governo que não envolvem gastar dinheiro à vista. São várias novas modalidades de mensalão virtual –proponho chamá-las "bitCunhas"– todas com o objetivo de garantir votos para livrar Temer da cana dura.
Por exemplo, todo dia agora o Congresso aprova uma nova anistia de impostos, multas e outras coisas que deveriam ter sido pagas ao governo. Alguns dos deputados estão entre os devedores, mas mesmo os que não estão esperam receber contribuições de campanha dos empresários beneficiados com as anistias.
Temer também está entregando a regulação de áreas importantes da vida brasileira em troca de votos. Os planos de saúde contribuem muito para campanhas eleitorais (por exemplo, a do ministro da Saúde). Pensando nisso, os temeristas querem deixar que planos de saúde cobrem mais de idosos.
Dessa forma, mesmo que o governo não esteja dando dinheiro para os parlamentares, eles certamente serão recompensados pelos planos de saúde na próxima campanha por terem conseguido esses favores."
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