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Gente de Opinião

Fátima Ferreira Santos

Os felinos da minha vida


Fátima Ferreira Santos  - Gente de Opinião
Fátima Ferreira Santos

Ao primeiro gato da minha vida eu dei o nome de Tunder. Uma referência ao desenho animado Tunder Cats. Tunder parecia um tigre e surgiu em minha casa já adulto. Um dia sim e outro também ele aparecia sorrateiro, como são os gatos, e por ali permanecia para depois desaparecer.

Tempos depois dei conta que Tunder tinha outra família que o amava, cuidava e alimentava como eu. Descobri com Tunder que, no coração de um gato, cabem muitos amores também.  Meu Tunder foi envenenado pelos vizinhos enquanto eu fazia estágio na área do Direito. Ele se refugiou em minha casa para se despedir. Eu amava Tunder ... que dor foi vê-lo desaparecer para sempre!!!

Mas a vida dá voltas, muitas.

Dias depois fui surpreendida, agora por uma mocinha peluda a quem chamei de Pandora. Sua peculiaridade era viver na rua, dormir no sofá e tomar água na torneira do tanque. Pandora teve cinco lindos filhotes que foram a alegria mais doce da minha vida. Chegar da faculdade e ver aqueles cinco pares de olhos e rabinhos balançando para mim era a felicidade. Pandora foi a mãe mais dedicada que já vi. Sempre me emocionava ao vê-la cuidar de suas crias. Mamãe Pan saiu em um dia qualquer e nunca mais voltou.  Dos seus filhotes, três foram doados, e os demais enchiam minha casa de alegria. E como as dores das partidas estão sempre em nossas vidas, eu vi desaparecer um a um os meus filhotes peludos. Nenê, uma boloteza, vive em São Carlos. É a rainha absoluta naquela outra casa, com seus 15 anos de manha total. É incrível.

Nina chegou numa noite de ano novo, tão pequenina que não sei como conseguiu chegar até mim. Tenho cá para os meus botões que foi magia de Preto Velho que a trouxe em um sopro de luz. Nina foi meu mais puro e terno amor.  Ficamos juntas por longos 15 anos numa amizade profunda, numa cumplicidade que as vezes nem os humanos tem.

Nina me olhava com doçura, e tenho plena convicção que entendia cada palavra minha.  Estive com ela até seus últimos suspiros e sinto uma saudade que nunca senti por ninguém.

Nina ainda é luz para mim porque a vejo pela casa, tomando sol, seus olhinhos cúmplices e seu andar elegante de modelo na passarela. Sinto que um pedacinho de mim está com a Nina em algum lugar do universo e ela vive no meu coração,  na minha alma, na minha memória para eternidade.

Os amores felinos são assim.

Não tem fim.

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