Quarta-feira, 17 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

E dois mil e dezessete?


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

Começamos um novo ano, certamente não diferente de 2016. As perspectivas estão muito nebulosas, confusas e com poucas esperanças. O terrorismo, a ganância e o individualismo se alastram de maneira muito assustadora. Perdemos a confiança nas pessoas, principalmente nas lideranças que deveriam sustentar a estabilidade dos cidadãos. Como disse alguém: “Só Deus, só Nele confiar!”.

Mesmo em meio a atos de injustiça, que têm raízes em todos os setores da vida brasileira, o ano deve começar com as bençãos de Deus. Nas palavras do papa Francisco, para quem faz o processo da reconciliação e da superação das fraquezas, a misericórdia divina supera as misérias humanas. Não há limites no amor de Deus, porque faz parte de seu plano, a salvação de todos.

Todo envolvimento com a maldade causada pela injustiça impede a pessoa de acolher o anúncio da Boa-nova do Evangelho. Ela deixa de participar da alegria e das maravilhas da presença de Deus, que transforma totalmente o ser humano. Tira as pessoas do jugo da escravidão e as faz proclamadoras dessa boa notícia. Em vez de destruir, constrói o bem e a sociedade com responsabilidade.

O modo de agir de Deus é surpreendente. Ele se abaixa e se torna humano para possibilitar que nos coloquemos de pé, superando as misérias que nos afligem. Nele temos que aprender a ser humildes, porque esse é o caminho que nos leva a acolher a divindade e nos tornar divinos. As trevas que nos encobrem precisam transformar-se em luz para dar claridade em nossas ações.

Passado o Natal, agora a vida vai tomando novos rumos e, entre eles, temos a posse dos novos dirigentes municipais. A transparência tem sido um desafio, porque o poder está muito enraizado na ânsia pelo dinheiro. Até parece que Deus virou dinheiro. Significa que a felicidade está longe. Repito as palavras de Tereza de Calcutá: “A pessoa é tão pobre, que só tem dinheiro”.

Pedimos a benção de Aarão para o ano de 2017. Que seja uma benção protetora: “O Senhor te abençoe e te guarde”; uma benção de perdão: “O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti”; e uma benção de paz: “O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz” (Nm 6,22-27). São Paulo diz que Jesus é a benção encarnada do Pai, e seu único mediador (cf. I Tm 2,5).

Fonte: CNBB

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 17 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Um governo sob pressão

Um governo sob pressão

O governo Marcos Rocha tornou-se alvo preferencial de críticas as mais variadas. Algumas, justificáveis, pois carregam na sua essência o bem-estar d

A questão da ética na politica

A questão da ética na politica

Tenho sustentado neste espaço, até com certa insistência, a importância da ética na política, principalmente quando começam a surgir nomes nos mais

O exemplo do rei Canuto dos Vândalos  O exemplo do rei Canuto dos Vândalos

O exemplo do rei Canuto dos Vândalos O exemplo do rei Canuto dos Vândalos

Houve uma época em que ao roubo e ao furto se aplicava a pena de morte. Eram tempos de barbárie, onde a punição, por mais desproporcional e cruel, n

Mutirão de Saúde: a melhor solução

Mutirão de Saúde: a melhor solução

De todas as tentativas feitas por este e outros governos locais para resolver o grave problema de desassistência à saúde em Rondônia, os mutirões re

Gente de Opinião Quarta-feira, 17 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)