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Dia de Natal, dia do amor


Dom Pedro Brito Guimarães
Arcebispo de Palmas (TO)

Há dias que procuro no meu vocabulário existencial e espiritual uma palavra para definir o que é natal. Felizmente encontrei a palavra certa, na hora certa, no tempo certo e para as pessoas certas: “dia do natal é o dia do Amor”. No natal Deus derrama o seu amor na fonte da nossa vida. E é esta água amorosa que faz brotar vida no canteiro da nossa existência. Sem esta suave, serena e fértil seiva de amor a nossa vida fenece, seca e morre.

Deus é um mistério de amor. E por amor enviou seu Filho único para salva o mundo decaído. Deus, amando tanto o mundo, quis vir aqui, aqui viver e morar, ser como nós. Natal é esta aliança, este consórcio de amor, na carne de um Menino. Natal é, portanto, Deus nos amando para que possamos amá-Lo. Até o natal, Deus era Deus perto de nós, diante de nós, acima de nós. No natal se torna Deus-conosco, na graça, na paz, no amor, na misericórdia, na bondade, na verdade, na ternura e na compaixão, mas também e, sobretudo, na fraqueza, na doença, na dor, na miséria e no pecado.

Como não conseguimos, por nossa conta e com nossos pés, subir ao céu para encontrar a Deus, Ele mesmo fez o caminho inverso: desceu do céu, veio a nós, em nosso socorro, se encarnou, como “Emanuel - Deus-conosco!” Agora Ele está ao nosso alcance, no meio de nós, vivendo conosco, na nossa boca e no nosso coração.

O que então o Emanuel pode fazer por nós, “pequenos como somos, fracos, nus e pobres como nós, em tudo como nós, tomando do que é nosso e dando-nos do que é seu, a nós que jazíamos como mortos, sem voz e sem sentido, nem sequer a luz nos nossos olhos? Eis que hoje desceu do céu este Homem tão grande, este “profeta poderoso em palavras e em obras” (Lc 24,19), que colocou o seu rosto sobre o nosso, a sua boca sobre a nossa, as suas mãos nas nossas (2Rs 4,34) e se fez Emanuel, Deus-conosco (Santo Aelredo de Rielvaux).

Qual, afinal, deveria ser o nosso sonho de natal? Que presente de natal deveríamos receber? - Um natal de amor: de esperança, de justiça e de paz para todos, pois, “é bonito pensar que Jesus nasceu num estábulo, não numa casa: depois, teve de fugir, rumo ao Egito, para salvar a vida. No fim, regressou à sua casa, em Nazaré e eu penso que também hoje há tantas famílias sem casa, seja porque nunca a tiveram, seja porque a perderam. Disponhamo-nos então a celebrar o natal, contemplando Maria e José: Maria, a mulher cheia de graça, que teve a coragem de se confiar totalmente à Palavra de Deus; José, o homem fiel e justo, que preferiu acreditar no Senhor em vez de ouvir as vozes da dúvida e do orgulho humano” (Papa Francisco).

Sem isto o natal se torna uma festa pagã, o cristianismo, uma religião do consumo, a igreja, um supermercado, a vida, um tempo perdido, a fé, uma crendice, a esperança, uma decepção e o amor um eros.

São estes o meu desejo de um natal de amor para todos. Assim seja!

Fonte: CNBB

 

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