Segunda-feira, 7 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Cortes afetam pleito de 2016


 

O Brasil se projeta à comunidade internacional como um país cujas eleições são totalmente digitalizadas. A crise, entretanto, acaba de pulverizar esse orgulho tupiniquim. Na tarde de segunda-feira (30), a União publicou em seu Diário Oficial uma portaria na qual informa severos cortes no orçamento do poder Judiciário. Em síntese, o voto eletrônico dará lugar ao ultrapassado voto analógico, por cédulas.
 
 
 
Embora o documento esteja assinado pelo presidente do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), Dias Toffoli, a entidade publicou uma nota na qual critica, mesmo que indiretamente, as consequências dos cortes. “O total que não será repassado para a Justiça Eleitoral soma exatos R$ 428.739.416,00 o que prejudicará a aquisição e manutenção de equipamentos necessários para a execução do pleito do próximo ano. Esse bloqueio no orçamento compromete severamente vários projetos do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs)”, diz o texto.
 
O ano que vem, anunciam os economistas, será pior do que 2015. A julgar pelos contingenciamentos, o povo deve se preparar. A suspensão da utilização das urnas eletrônicas é um retrocesso escabroso, assim como outros patrocinados pela atual gestão do Executivo. O país chegou a isso. Remediar a situação exige colaboração de todos os poderes, na esperança de que um dia as finanças respirem novamente.
 
A nota informa também que Dias Toffoli apelará ao Congresso para que os processos licitatórios em andamento de urnas eletrônicas seja mantido, isto é, que o valor de aquisição seja liberado. Desse modo, as eleições eletrônicas de 2016 estariam asseguradas. O assunto viralizou na web. Gregos e troianos criticaram situação e oposição por mais este desmando. Bem-humorados internautas abusaram de memes debochados. Este novo episódio consagra um dos anos mais dramáticos da história da política brasileira.
 
Particularmente, acredito que a decisão será revista a qualquer momento. Não cheguei a votar na época das cédulas impressas, mas pessoas que vivenciaram esse período me reportaram palavras como “trabalhoso” e “manipulação”. O meio eletrônico – intransponível, segundo o TSE – veio para certificar o resultado do pleito. Em um país polarizado, onde o coronelismo ainda impera em algumas regiões, não seria temerário tamanho retrocesso? Só o futuro dirá.
 
Fonte: Gabriel Bocorny Guidotti
Bacharel em Direito e estudante de Jornalismo
Porto Alegre – RS

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 7 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

 Hospital Municipal: quando teremos?

Hospital Municipal: quando teremos?

Faz tempo que essa promessa de novos hospitais públicos para Porto Velho está na fila de espera. Na condição de um dependente do Sus, desde que isso

Mais deputados para quê?

Mais deputados para quê?

Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou o número de vagas no parlamento, passando de 513 para 531. Num país efetivamente sério mais representan

Votação do IOF expôs fragilidade da base do governo Lula no Congresso

Votação do IOF expôs fragilidade da base do governo Lula no Congresso

Quarta-feira (25), o Congresso impôs mais uma derrota ao governo do presidente Lula derrubando o Decreto que aumentava o IOF. O governo perdeu mais

Roubalheira no INSS -apenas mais um escândalo

Roubalheira no INSS -apenas mais um escândalo

O esquema que desviou bilhões de reais de contas de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) foi apenas mais um

Gente de Opinião Segunda-feira, 7 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)