Terça-feira, 20 de outubro de 2020 - 11h49
Quando se trata de fazer
arranjos políticos, o Congresso Nacional não deixa por menos – com as devidas
exceções -, apesar de essa não ser uma característica exclusiva da turma de
Brasília. Nesse sentido, o repertório costuma ser farto, cheio de recursos para
tal. Veja, por exemplo, o que estão desejando fazer os colegas de partido
daquele senador apanhando pela Policia Federal escondendo notas de reais nas
partes intimas. O presidente do Conselho de Ética, que é do mesmo partido do
senador cuequeiro, teve o cinismo de propor ao colega que pedisse uma licença
de cento e vinte dias, como opção para sair da alça de mira da imprensa, até
que o escândalo caia definitivamente na vala comum do esquecimento. De quebra,
ele ainda se livraria das garras, não muito afiadas, do Supremo Tribunal
Federal, que ameaça destroná-lo do cargo.
Recentemente, a
competente Policia Federal apanhou um deputado estadual de Rondônia com a mão
na cumbuca. E o que fez o Poder Legislativo? Até agora, nada. Sinceramente,
esse negócio de esconder dinheiro na cueca não parece ser um apanágio do
senador paraense. Aqui mesmo, em Porto Velho, um parlamentar foi filmado, não
pela Policia Federal, mas pelo então diretor financeiro da Casa de Leis,
colocando notas de reais nas partes íntimas. E o cidadão ainda mexia as
cadeiras para acomodar melhor os maços de dinheiro. O vídeo correu os quatro
cantos da cidade. E o que aconteceu? Absolutamente nada. Como presente, parcela
expressiva da população outorgou-lhe o mandato de deputado estadual, até que a
Justiça resolveu sepultar sua carreira politica.
Se insistir em colocar
panos quentes no caso do senador cuequeiro, o Senado Federal deixará claro que
as coisas permanecem arranjadas como melhor se afiguram aos interesses de suas
excelências. Não bastasse isso, ainda tem gente que tem a cara de pau de vir a
público dizer que “estamos fazendo tudo dentro da estrita legalidade”, como se
ela, em certos casos, não funcionasse como uma espécie de cortina por trás da
qual alguns deles aprontam das suas.
Quando o assunto é segurança pública, o rondoniense não tem do que se orgulhar, exceto do esforço, da coragem e dedicação da maioria dos policiais.
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