Segunda-feira, 23 de março de 2009 - 09h57
Por Niedja Santana
Esta semana passei por uma situação que está me levando a varias reflexões.
Minha filha chegou em casa com um termo de compromisso da Escola para que assinasse. No termo me comprometia a cuidar dos livros novos recebidos e ressarcir em caso de perda ou dano. Perguntei a minha filha se havia recebido os livros, afirmou que não, perguntei tem previsão de receber os livros? Resposta: não sabia. Devolvi o termo com um bilhete aos gestores da escola afirmando que assinaria o termo após receber os livros, porque não poderia assumir responsabilidade por algo que ainda não recebi. Na semana seguinte minha filha me liga da escola e informa que estão entregando os livros, mas que não recebeu, porque não assinei o termo. Fui até a Escola e me apresentei na sala da Orientação, onde estavam duas funcionárias (a psicóloga e mais uma funcionaria que não sei sua qualificação). Identificando-me as funcionarias lembraram-se do caso do bilhete, e então, passaram a adotar uma atitude grosseira e revanchista, afirmando que eu tinha sido a única a não assinar o termo todos os pais assinaram e dizendo que não iriam entregar os livros porque já tinham guardado e o horário de trabalho estava terminando, era 11h40min da manhã. A psicóloga afirmou que se sentiu ofendida, agredida com meu bilhete, afirmou que eu tinha chamado os gestores daquela escola de desonestos e ainda exclamou: se a senhora não está contente com as normas da Escola?... Prosseguindo ainda, afirmou não vai adiantar à senhora vai ter que assinar o termo sem ver os livros. Durante todo este tempo, estava eu preenchendo o bendito termo, levantando a cabeça afirmei que não era contra normas escolares, indaguei: se entregar o termo assinado agora minha filha receberá o livro hoje? Com sorriso irônico a funcionaria disse que não, só entregaria os livros amanhã, então mexendo em um pacote que continha alguma guloseima, a psicóloga passou a conversar com a outra funcionária ignorando a minha presença e de minha filha. Confusa e constrangida me retirei da sala, não entreguei o bendito termo. Dentro do ônibus comecei a lembrar toda a conversa. E Pensei: porque não assinei o termo? Agora minha filha está sendo descriminada por minha causa. E partindo para as reflexões de um ser pensante que sou, pergunto: são normas da Escola assinar sem Ler? Não ser diferente, o que um faz temos que fazer todos? Meu Deus! Que normas de conduta meus filhos estão recebendo? Obedeça, não pense! Assine cheques em brancos! Não seja diferente, é difícil! O que me assusta é constatar o comportamento da psicóloga que teoricamente foi contratada justamente para lidar com essas pressões cotidianas do ambiente escolar. Então, se essa equipe técnica não está preparada para lidar com uma mãe que não assinou um termo de compromisso, estará preparada para lidar com as complexas situações no ambiente escolar? Saberá lidar com o bulling? Saberá agir com uma adolescente grávida? O ambiente escolar tem uma grande diversidade e vive aprendendo com a diferença de culturas, credos, ideologias, quem não aceitar viver com o diferente saberá ser um agente da educação?
Não queria ser derrotista, mas para minha filha receber os livros, fui vencida pelo sistema! Assinei sem ver e me tornei igual!
Fonte: Niedja Santana - 30 anos, mãe e Professora desde 1995.
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