Quarta-feira, 28 de outubro de 2020 - 11h32
A pandemia de Covid-19 trouxe uma importante lição: saúde deve ser
tratada como assunto prioritário no Brasil. Para tanto, além dos aspectos
técnicos e éticos da assistência, é preciso que a vontade política de quem toma
as decisões entenda esse recado trazido pelos indicadores epidemiológicos.
Talvez menos pessoas teriam adoecido ou morrido em decorrência do
contágio pelo novo coronavírus, se a infraestrutura de atendimento na rede
pública já estivesse melhor preparada para atender as vítimas logo que a
Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o alerta. Porém, se não podemos
apagar equívocos passados, temos a chance de escrever uma nova história a
partir de agora.
Para isso, todas as instâncias de decisão, ligadas ao combate à
Covid-19, precisam traduzir em ações concretas aquilo que é esperado pela
população e pelos profissionais da saúde, em especial os médicos. Devem ser
adotadas medidas que ofereçam melhor estrutura de atendimento nos postos de
saúde, mais leitos de internação e de unidades de terapia intensiva (UTIs), prontos-socorros
em condições de acolher casos graves e valorização aos homens e mulheres que
estão presentes na linha de frente.
Sem isso, o Brasil ficará à mercê novamente, vulnerável aos riscos
desconhecidos que essa doença traz. Na Europa, assistimos uma anunciada segunda
onda de contaminação pela Covid-19. Os governos de vários países têm antecipado
ações visando reduzir os efeitos de um novo choque. Pela prudência e o bom
senso, seria importante que esses exemplos fossem seguidos também por aqui.
Em 2020, o brasileiro terá uma chance de contribuir para o
fortalecimento dessa rede de assistência para enfrentar a Covid-19 e inúmeros
outros problemas que afetam a saúde e o bem-estar de indivíduos e de
comunidades inteiras. As Eleições Municipais, que acontecem a partir de
novembro, configuram uma oportunidade de colocar nos lugares certos as pessoas
comprometidas com esses temas e que possam, efetivamente, ajudar a termos um
país com qualidade de vida.
Desse modo, no ano em que o mundo enfrenta uma das suas maiores crises
sanitárias da história, o interesse de médicos e de outros profissionais da
saúde em disputar cargos de prefeitos e vereadores reflete sua natural
preocupação com uma pauta pública com a qual convivem diariamente.
Nas últimas eleições municipais, em 2016, houve 2.526 médicos que se
inscreveram para disputar os votos dos eleitores. Neste ano, os inscritos
chegaram a 2.715, o que representa um crescimento de 8% no total.
Entre os médicos candidatos, 8% disputam um cargo de vereador e 60%
tentam ser prefeitos. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em
Rondônia, 10 médicos se apresentaram para a disputa: três buscam votos para
serem prefeitos ou vice-prefeitos e outros sete uma vaga em câmaras de
vereadores.
Todos esperam o apoio da maioria dos eleitores que, em recente pesquisa
do Instituto Datafolha, já alardeou que tem nos profissionais da medicina
aqueles em quem deposita confiança e credibilidade. Certamente, o contato com
as demandas da população nos serviços de saúde tem ajudado esse grupo a fazer
essa conexão por demonstrarem seu entendimento sobre os problemas que afetam a
vida em comum, sobretudo daqueles em situação mais vulnerável.
Contudo, é importante um alerta: em meio a busca pelo voto, os médicos
candidatos devem se portar de forma ética, transparente, justa e responsável.
Essa atitude – que deve existir durante e após o pleito - atestará seu grau de
preparação e de competência para atuar em favor do bem comum, sempre com
idoneidade.
Se eleito, deverá demonstrar que leva consigo o compromisso de tornar a
saúde um tema de destaque nos debates políticos. É por meio desse empenho que
as transformações poderão vir, contribuindo para que o Estado possa acolher com
dignidade aqueles que buscam a rede pública de assistência.
Assim, independentemente de partidos e ideologias, o médico precisa
demonstrar que está imbuído do espírito da cidadania, seja como candidato ou
como eleitor. Rondônia, assim como o restante do País, conta com pessoas com
esse perfil no mundo da política.
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