Quarta-feira, 25 de junho de 2025 - 17h14
Desde as primeiras trocas entre civilizações
antigas até os complexos ecossistemas do comércio eletrônico atual, o varejo
sempre ocupou um papel central na economia mundial. Ainda que tenha passado por
revoluções tecnológicas e transformações profundas, sua essência permanece
inalterada: conectar pessoas por meio de bens, serviços e experiências.
Num passado distante, o caixeiro-viajante e o
mascate percorriam grandes distâncias para levar produtos e novidades a lugares
remotos. Essa conexão direta entre produtor e consumidor não apenas movimentava
a economia, mas também criava laços sociais e culturais que ainda ecoam nas
relações de consumo atuais.
Durante o século XX, o varejo físico ganhou
força com o surgimento de lojas de departamento, supermercados e shoppings
centers. A competição se dava pela variedade de produtos, localização
estratégica e preços competitivos. Esse modelo dominou até a virada do século,
quando a internet alterou profundamente a dinâmica do consumo.
Hoje, o comércio eletrônico é uma realidade
consolidada. As projeções indicam que as vendas on-line podem ultrapassar US$ 7 trilhões até o
fim de 2025 — e, no Brasil, o setor deve fechar o ano com um faturamento acima
de R$ 200 bilhões. A pandemia de covid-19 acelerou essa transformação, tornando
as compras on-line
não apenas uma conveniência, mas uma necessidade.
Neste novo cenário, o varejo vive a era do
"figital" — a fusão entre físico e digital. O consumidor moderno
espera uma jornada fluida entre os canais: comprar on-line e retirar na loja, receber ofertas
personalizadas com base em seus hábitos e encontrar o mesmo padrão de
atendimento em qualquer plataforma. A experiência tornou-se central.
Atualmente, o consumidor busca mais do que
produtos. Ele quer histórias, conexões e vivências memoráveis. O ponto de venda
deixa de ser apenas um local de compra para se tornar um espaço de convivência,
aprendizado e entretenimento. Workshops, eventos e experiências sensoriais
ganham protagonismo nas lojas físicas.
A personalização é outro pilar dessa nova fase.
Marcas investem em inteligência artificial para entender preferências, sugerir
produtos e criar ofertas exclusivas. No entanto, mesmo com todo o avanço
tecnológico, algo se destaca como insubstituível: o calor humano.
Durante uma recente viagem que fiz à Ásia, um
detalhe simples revelou uma grande verdade: o sorriso ainda é o maior
diferencial do varejo. O atendimento caloroso e a amabilidade nos hotéis,
shoppings centers e até nos mercados de Bangkok, a feira no trilho do
trem ou o comércio fluvial, proporcionam uma experiência sensorial e emocional
única.
É nessa autenticidade que a experiência se
torna inesquecível. A cordialidade genuína, a gratidão espontânea e o contato
olho no olho criam uma conexão que nenhum algoritmo pode replicar. Em um mundo
cada vez mais automatizado, ser gentil é uma vantagem competitiva poderosa.
No fim das contas, mesmo com todas as
inovações, o varejo continua sendo uma atividade essencialmente humana. As
marcas que entenderem esse equilíbrio entre tecnologia e empatia estarão mais
bem preparadas para enfrentar os desafios do mercado.
Ao concluir essa reflexão, surge um contraste
inevitável com situações em que o atendimento frio e impessoal compromete a
experiência do consumidor. Embora o direito ao silêncio e à reserva de cada
indivíduo deva ser respeitado, é preciso reconhecer que nem todas as profissões
combinam com todos os perfis. Essa transformação está alinhada com os traços da
nova geração, nascida em um período recente, que prioriza a autenticidade, o
propósito e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Crescendo em meio à
tecnologia, esses jovens são nativos digitais, flexíveis, práticos e valorizam
ambientes que respeitam sua identidade e individualidade. No entanto, esse
desejo por sentido e coerência no trabalho pode entrar em choque com as
exigências do mercado, que ainda nem sempre está pronto para acompanhar essas
novas expectativas. Talvez, para quem prefere evitar o contato direto com o
público, funções em home
office sejam mais adequadas.
No fim das contas, o sorriso simples, autêntico
e gratuito pode ser a chave para transformar uma transação em um momento
memorável. E, no varejo, momentos assim são os que constroem fidelidade.
*Cida Oliveira é
diretora de Marketing do Grupo Tacla Shopping
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