Sábado, 2 de setembro de 2023 - 09h39
Durante
a minha adolescência, conversei, várias vezes, com Mário Cal Brandão. Foi amigo
de infância de meu pai.
Em
pequeno, meu pai, pela mão de minha bisavó Júlia, ia brincar para a larga
varanda dos Clérigos, que defrontava o Largo dos Loios, (Porto,) enquanto os
adultos proseavam.
Tanto
brincou, que certa ocasião ia rachando a cabeça. Ia, não chegou a tal. Ficou
com "galo" monumental, que havia de o marcar para sempre.
Para
os da minha geração não será necessário dizer quem foi o famoso advogado, mas
para os jovens leitores – se os tenho, – devo esclarecer que foi deputado e
viveu em Gaia. Na sua casa apalaçada, cercada de jardins, na Avenida da República,
realizaram-se as primeiras reuniões secretas, do futuro Partido Socialista,
ainda em embrião.
Com
ele percebi o que quer dizer – socialismo e social-democracia.
Era
filho de pais crentes, mas tornou-se ateu na Universidade. Respeitava as
opiniões dos antagonistas, fossem quais fossem, e o direito dos crentes
manifestarem a sua fé, em público.
Que
o digam os católicos de Águas Santas e Corim, que o conheceram e conviveram com
ele.
Para
Jean-Jacques Rousseau, a plena democracia: " nunca existiu nem
existirá, a verdadeira democracia é contra a ordem natural, que o maior número
governe, e o menor seja governado. - Contrato Social – Cap. IV
Soube,
que corre pelas Terras de Santa Cruz, semeado por " democratas" que o
conceito de democracia é relativo. Para se ser democrata, dizem, basta que se
realize eleições!
Ora
há ditaduras do passado e do presente, que realizaram e realizam eleições, e
nem por isso se tornaram ditaduras democratas!
A
não ser que se concorde com Millôr Fernandes, quando disse: " Democracia
é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim."
Sem
liberdade de expressão, sem livre troca de ideias, e livre acesso à mass-media,
não há liberdade nem democracia, porque democracia é plena liberdade.
Voltaire
dizia: " Discordo do que você diz, mas defenderei até à morte seu
direito de dizê-lo." Dizem, com razão, que a célebre frase é
afinal de Evelyn Beatrice Hall, mas para o caso pouco importa.
A
concluir esclareço que tenho sido convidado para militar em partidos políticos.
Sempre declinei. Prezo a independência, e não tenho espírito de rebanho.
Atitude
que me foi nefasta na vida profissional, e até no valor da reforma.
Permite-me,
todavia, com orgulho, afirmar: nunca precisei de "cunhas" ou
"pistolão", como diz o brasileiro; Felizmente sempre senti a proteção
de Deus, ainda que não fosse, nem seja, merecedor.
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