Domingo, 1 de maio de 2022 - 11h41
Meu primeiro contato com a morte, e que me abalou profundamente, foi o desenlace da minha avó materna, Maria.
Eu era uma adolescente de 18 anos, cheia de sonhos e de vida. Para além da dor na alma que não se explica, eu olhava com ternura o corpo inerte daquela que sempre nos afagava.
Era noite de lua cheia, e da janela da sala, de onde velávamos nossa avó eu podia ver a rua iluminada pelos raios lunares. Queria dar um último adeus - não tive oportunidade de fazê-lo -, mas com papel e lápis fiz a minha primeira crônica, lida na missa de corpo presente e que se perdeu no tempo.
Enquanto escrevia pensava na história de vida da minha avó Maria e nas tantas Marias anônimas desse nosso imenso Brasil. Nos olhares sofridos que sempre vi em minha avó, na solidão da alma às vezes imperceptível ao convívio dos demais. Na falta de perspectivas de uma vida inteira cheia de dificuldades; na não realização dos sonhos de mulher. Minha avó era ali um corpo estendido sem sopro, sem voz, sem mais alternativas senão morrer de vez.
Como lidar com a ausência de quem se ama?
Ninguém havia me ensinado nada sobre isso. Não se falava da morte porque era um agouro e levávamos a vida sem querer pensar que a morte acontece o tempo todo, inclusive dentro de nós.
Nossas células morrem, nossos sonhos morrem, nossos amigos morrem; morrem nossos amores (mesmo que vivos).
E se a morte é tão presente porque torná-la tão distante e escarnecê-la?
Talvez, mais fácil fosse falar sobre ela, pensar sobre ela e aprender a conviver sem medo, sem tabus com ela.
Morreram meu pai, avô, amigos e conhecidos e eu morri muitas vezes e renasci e quase morri outra vez e pude perceber o sofrimento de perder a vida, literalmente.
Olhei as paredes da casa onde moro, passei as mãos sobre os móveis, afaguei minhas gatas, folheei meus livros e em lágrimas pensei com o coração apertado o quanto somos apegados à vida do corpo. O quanto sentimos falta das "coisas" materiais. Como é difícil morrer!!
Por que não falamos sobre isso? Por que não estudamos sobre isso? Por que não nos educamos para morrer?
Talvez assim aprendessêmos a viver melhor.
Fala-se de paciência como se fosse um adorno moral, uma virtude de vitrine. Mas, no íntimo da vida real, ela é mais do que palavra repetida em sermõ
Conhecem os políticos as dificuldades do povo?
Durante o tempo que fui redator de publicação local, e realizei várias entrevistas a figuras notáveis.Certa ocasião, entrevistei conhecida deputada.
Crônica do futuro nuclear brasileiro
"A nova era nuclear: uma etnografia da retomada do programa nuclear brasileiro — ou uma crônica do futuro". Este sugestivo título da tese de doutora
"Isso é em Portugal e na Europa!..."
Estando na companhia amiga de meu cunhado, a almoçar suculenta feijoada brasileira, onde não faltava boa farofa, couve guisada e abundante carne, tu