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Corrupção compulsiva


Corrupção compulsiva - Gente de Opinião

A corrupção alcança qualquer regime politico e faz parte da história do homem desde que o mundo é mundo. A corrupção é muito pior nas ditaduras, nos sistemas fechados, de estruturas autoritárias, porque a informação é sufocada com rigor, no interesse do poder. A população não toma conhecimento dos fatos e a verdade quase sempre nunca aflora.

Na democracia, porém, a corrupção vem à tona. Evidentemente que, nem sempre, na sua dimensão real, mas, pelo menos, consegue deixar o seu rastro. Com o passar do tempo e, consequentemente, com o aprimoramento do regime e o fortalecimento das instituições, vai-se mapeando o quadro e, aqui e ali, expurgando-se tumores purulentos, mas é preciso evitar a metástase para não comprometer o corpo social.

No Brasil, a situação, além de preocupar, assusta. Há indícios claros de que a corrupção tornou-se algo compulsivo. Agora, mesmo, chega ao conhecimento da população rondoniense mais um escândalo envolvendo servidores da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – SEDAM, a partir de uma operação desencadeada pela 2ª. Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO). E repare que não é a primeira vez, nem a segunda. Os delitos vão desde corrupção passiva, passando por crimes contra o meio ambiente, até a administração ambiental.

A cada nova descoberta, a cada novo desmantelamento das irregularidades e, logicamente, a adequada punição dos responsáveis, o Brasil reposiciona-se na forma de enfrentar o quadro crônico de um sistema corrompido. Por isso é importante o fortalecimento das instituições e a exigência da transparência nas administrações, como parte de um dever não somente dos gestores, como também dos funcionários e da própria sociedade. O legado de irregularidades deixado é gigantesco e possui raízes profundas, tanto que para significativa parcela da população brasileira a corrupção é aceita com naturalidade. Sair dessa condição, danosa para o conjunto da sociedade, requer o a formação de frentes de combate no Executivo, Judiciário e no Legislativo, como se vê hoje, provavelmente, não no ritmo desejado pela população, mas dentro dos espaços construídos em meio a estruturas muito apodrecidas. 

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