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A importância de desenvolver estratégias efetivas para combater o bullying nas escolas


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Silvana Moretto Pacifico - Gente de Opinião
Silvana Moretto Pacifico

De acordo com uma pesquisa realizada, em 2022, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 40% dos estudantes brasileiros afirmam já ter sofrido algum tipo de bullying. Este número alarmante revela não só a prevalência deste problema nos colégios brasileiros, mas também a urgência de uma abordagem proativa e eficaz por parte das instituições para combater o bullying nas escolas, transformando o ambiente em um espaço seguro para todos.

De um modo geral, o bullying é uma forma de violência que se manifesta de diversas maneiras, incluindo física, verbal, psicológica e digital, conhecida como cyberbullying. Frequentemente, as vítimas experimentam efeitos graves que vão além da sala de aula, afetando a saúde mental, o desempenho acadêmico e as relações interpessoais.

Neste sentido, os estudantes que sofrem com a prática do bullying podem enfrentar isolamento, depressão, ansiedade, além de outras síndromes, tornando o ambiente escolar, que deveria promover acolhimento, segurança e aprendizado, em um espaço de estresse e medo.

Responsabilidade e ação das escolas

Diante disto, é imperativo que as escolas adotem uma direção rigorosa relacionada à prática do bullying. Isso começa com a criação de um código de conduta claro, acompanhado de protocolos de intervenção para os casos identificados. Mas, para além dessas medidas, as escolas precisam desenvolver programas de prevenção que incluam a educação sobre o respeito às diferenças e o desenvolvimento de habilidades sociais.

Uma estratégia eficaz envolve treinamentos regulares para professores e funcionários, capacitando-os a identificar sinais de bullying e intervir de forma adequada. As escolas também podem beneficiar-se de parcerias com psicólogos e outros profissionais de saúde mental para oferecer suporte adequado às vítimas e agressores.

Além disso, o currículo escolar deve incluir a educação em valores, ensinando empatia, respeito mútuo e as consequências legais e sociais do bullying. Projetos interdisciplinares que envolvam artes, literatura e ciências sociais podem ser particularmente eficazes ao explorar a temática de maneiras que ressoem com os estudantes em um nível pessoal.

Além disso, campanhas de conscientização e eventos como semanas de prevenção ao bullying podem mobilizar toda a comunidade escolar, incluindo estudantes, pais e professores, criando uma cultura de vigilância ativa e suporte mútuo.

A contribuição de pais e professores

Os educadores estão na linha de frente deste combate e, como tal, devem estar equipados com as ferramentas e o conhecimento necessários para agir efetivamente. Isso inclui não apenas a capacidade de intervir em determinadas situações, mas também de promover uma atmosfera de inclusão e respeito em sala de aula. Workshops de desenvolvimento profissional e suporte contínuo da administração escolar são cruciais para manter os professores preparados e motivados.

Por outro lado, a parceria com os pais é fundamental neste combate. As escolas devem se esforçar para educar os pais sobre o que é bullying, como identificá-lo e como agir se suspeitarem que seus filhos estão envolvidos em tais incidentes, seja como vítimas ou agressores. Reuniões regulares, newsletters e palestras podem manter os responsáveis informados e engajados.

Desta forma, o bullying é uma crise silenciosa que afeta milhões de estudantes e compromete o ambiente educacional. As escolas têm o dever não apenas de reagir aos incidentes de bullying, mas principalmente de preveni-los através de uma abordagem holística que envolva educação, treinamento e parcerias comunitárias. Cada membro da comunidade escolar, desde o corpo docente, até os pais e estudantes, devem estar envolvidos neste esforço. Só assim poderemos criar um ambiente educacional que promova a segurança, o respeito e o bem-estar para todos os estudantes.

*Silvana Moretto Pacifico é Professora de Educação Básica da unidade de São Paulo da Rede de Colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional sociointeracionista e alinhada às principais tendências do mercado de educação.

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