Sábado, 22 de dezembro de 2018 - 10h28
Um final melancólico, que encerra a dissipação praticada
pelos sucessores do imenso e valioso patrimônio construído por Victor Civita ao
longo de 40 anos: o grupo Abril acaba de comunicar que vendeu 100% de suas
ações para o empresário e advogado Fábio Carvalho. Para ser aprovado, o acordo
ainda precisará passar pela análise do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade).
Com a aprovação do Cade
para ser colocado em prática, Carvalho assumirá o controle societário e ocupará
a posição de presidente do grupo. A Abril, que já foi a maior editora de
revistas do continente, tendo na revista Veja a joia da coroa, deve 1,6 bilhão
de reais, R$ 1,1 bilhão dos quais para bancos. Em agosto, pediu sua recuperação
judicial. A justiça lhe impôs o
pagamento aos seus funcionários e a readmissão dos que foram demitidos.
Por meio de nota, Fábio
Carvalho se manifestou sobre o negócio: “A história do Grupo Abril está
intimamente relacionada com os grandes eventos políticos e econômicos que
marcaram a história do Brasil nas últimas décadas. A capacidade e importância
jornalística do Grupo é inegável. Não temos dúvida dos méritos e qualidades que
permeiam as companhias do Grupo e que serão os pilares sobre os quais nos
apoiaremos para superar os grandes desafios que se apresentam”.
Principal executivo da
empresa, o herdeiro Giancarlo Civita, um dos netos de Victor, também se
pronunciou: “Com a venda do Grupo Abril para Fábio Carvalho, a família Civita
delega a ele a tarefa de administrar os desafios e as oportunidades que estão
no horizonte da nova mídia. Fábio reúne as características de empreendedor e a
visão de negócio que os novos tempos exigem. Desejamos a ele muito sucesso”.
A Abril distribuiu uma
nota, na qual informa que Fábio “foca suas atividades empresariais na aquisição
de companhias em crise financeira com o objetivo de conduzir amplas
reestruturações e trazê-las novamente ao estado de estabilidade e crescimento,
contará com a estrutura da Legion Holdings, sociedade de investimentos que
fundou, composta por um time de especialistas em renegociações de dívidas e
transformações operacionais. Uma vez concretizada a transação, a nova equipe se
juntará a executivos do Grupo Abril, bem como aos profissionais da Alvarez
& Marsal, hoje responsáveis pela coordenação dos esforços de superação da
crise pela qual passam as companhias do Grupo".
A pergunta que se pode
fazer a partir dessa observação é sobre a importância que o jornalismo terá
nesse plano de recuperação econômico-financeira. Independentemente do sucesso
da difícil empreitada, uma coisa é certa; oficializa-se o fim de uma era, que
começou a ruir com a morte de Victor Civita seguiu uma trajetória rara e
exemplar de empresário, em particular de jornalismo, no país.
Pude testemunhar o alto
padrão profissional da Abril na redação em São Paulo e, depois, como
correspondente de Veja em Belém. Na sede, o almoxarifado respondia ao pedido de
“algumas laudas” para levar para o trabalho em casa com uma resma, no mínimo;
um pacote do remédio no lugar de um comprimido; comida de primeira no
restaurante da empresa; viagens para qualquer lugar que rendesse uma boa
matéria; gente competente dando cobertura na retaguarda ao trabalho de linha de
frente; apoio em ocasiões difíceis.
Esta Abril jamais será
ressuscitada. Virou história, memória, lembrança e saudade. A maior contribuição dos herdeiros do
fundador foi contribuir para essa melancolia.
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