Terça-feira, 28 de fevereiro de 2012 - 05h34
Por: Altair Santos (Tatá)
Se “Itaki não podia imaginar que o açaí, o seu povo ia salvar...”(conforme o samba de enredo da escola), também impossível seria ao velho líder indígena prever, ao efeito do cachimbo ou em ritual de pajelança, lá na tribo, sequer cogitar que jamais, a jovem índia Iaçá, numa noite de carnaval, verteria de seus olhos tanta água em forma de abundante chuva, pra regar a vitória de uma escola de samba. O Néctar dos Deuses da Floresta (açaí), com sua força protéica vitaminou os brincantes da agremiação. A energizada Asfaltão, (leia-se também: açaizada) que se diz mais forte quando invoca a bravura e a força do animal símbolo, o Tigre e se faz ungida pelos cuidados e proteção de Santa Bárbara, a padroeira do bairro sede da escola, nas imediações dos bairros Nossa senhora das Graças, Mato Grosso e arrabaldes, teve que encarar os fatos, a tormenta, ou seja, fazer a travessia bebendo o sumo do fruto da vida, lavando o azar e espantando o olho gordo pra irromper, lá no fim da pista, onde a se faz a dispersão, com a esfinge tatuada em seu peito credenciando-a ao título. Chorava Iaçá em pranto diluviano, enquanto a “bateria pura raça” ritmava o canto e a dança daquela procissão de cor e sabor açaí que já não desfilava e, sim, navegava aguerrida, firme e decidida, senhora de si, naquela que fora, ao instante, sua verdadeira água benta que lhe purificou os pés, as mãos, mentes e corações. Parecia a escola estar em mar, já dantes navegados, tal a sua transformação por haver se concentrado na cabeceira da pista com a noite em céu estrelado para - em menos de um quarto de hora - ter suas vestes lavadas pelo incessante e apressado pranto da índia. A propósito, o último título da Asfaltão, ocorrera há anos (na Av Gov Jorge Teixeira), em situação semelhante. Após o desfile, a madrugada foi avançando, sem trégua da chuva. Quando o dia se fez claro veio como lembrança de ontem, uma noite de superação e magia. O registro do fenômeno acontecido abriu o dia com céu ainda nublado, mas que não se fez em chuva e garantiu a apuração dos pontos em clima de civilidade e urbanidade entre os contendores da passarela do samba. O desenho da disputa, rabiscado no asfalto fora lavado com o lacrimejar de Iaçá perfumando o salão da festa pra quem preparou no alguidar uma conquista com sabor de Açaí, de Brasil, da Amazônia para o mundo. Parabéns!
O autor é presidente da Fundação Cultural Iaripuna
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