Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025 - 18h45
Sempre que uma tragédia se abate sobre a população, autoridades
brasileiras ocupam espaços privilegiados de jornais (impressos e eletrônicos),
rádio e televisão, não para dizer o que a sociedade espera ouvir delas, mas
para falar aquilo que elas entendem que a população deveria ouvir. Procuram, com
discursos recheados de mentiras, convencer a sociedade de que a desgraça é obra
do acaso, jamais da incompetência oficial. Apostam na ingenuidade de uns
poucos, na asnice de outros tantos, e desprezam a inteligência da maioria do
povo, que não acredita em contos de fadas.
Isso ocorre nas mais diferentes áreas de governo, porém é na
segurança pública que esse tipo de conduta se revela com mais intensidade.
Quando o assunto é criminalidade, a cidade de Porto Velho aparece no topo das
capitais mais violentas do país. Mesmo sem apresentar argumentos convincentes,
autoridades responsáveis pelo setor discordam. Alguns preferem ignorar o que
acontece em nível local, ou seja, no quintal de nossa própria casa, por assim
dizer, a voltarem os olhos para o que ocorre em outras regiões do Brasil, e até
fora do país. Talvez, por isso mesmo, muitos acham que as más notícias são uma
particularidade de outros lugares. Afinal de contas, é mais fácil, por exemplo,
admitir que a cidade do Rio de Janeiro vive uma espécie de guerra civil nos
morros, fortemente controlados por traficantes, do que imaginar algo mais ou
menos equivalente sendo praticado na cidade de Porto Velho.
Quem assim pensa pode estar cometendo um terrível erro de
avaliação, conquanto devemos reconhecer que a situação, aqui, ainda não fugiu
completamente ao controle da autoridade policial. É fato, contudo, a desordem,
o pânico e o estrago causados a muitas vidas inocentes, como mostra o
noticiário a cada dia. As policias (civil e militar), reconheça-se, até que se
têm esforçado para levar um pouco de tranquilidade aos lares porto-velhenses,
mas a situação não está para brincadeira.
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