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Liga dos Camponeses Pobres pede apoio ao governador Confúcio Moura


Liga dos Camponeses Pobres pede apoio ao governador Confúcio Moura - Gente de Opinião

A afirmação do juiz Danilo Paccini de que está apenas cumprindo o que determina a Lei ao dar a reintegração de posse ao latifundiário João Arnaldo Tucci das terras ocupadas há oito anos pelos integrantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) nos Assentamentos: Canaã e Raio de Sol, localizado há cerca de 100 quilômetros de Ariquemes e 40 km de Jaru, tem preocupado os moradores da localidade.

Diante da situação instável, agricultores das duas áreas, acompanhados dos vereadores Valmir Francisco dos Santos (Val) e Enoque Nunes procuraram na manhã do último sábado, o governador Confúcio Moura para buscar uma solução para o problema.

Na reunião, o líder do Assentamento Canaã, P Jotta argumentou que para cumprir a ordem de despejo, o Governo do Estado vai gastar em torno de R$ 1 milhão. “A proposta que fazemos é que ao invés de despejar a gente, repasse esse valor a esse homem que se diz dono da terra, mas não mora em Rondônia e não gera impostos para o estado”, disse.

Na oportunidade, os agricultores afirmaram ainda ao governador que apesar da decisão, irão permanecer resistindo à desocupação. “Não vamos sair da propriedade. Com tudo que produzimos no decorrer destes anos, não vamos aceitar ser despejados”, reforçaram. “Se necessário, vamos para o conflito, mas não vamos sair!”, completou o grupo garantindo que não medirão esforços para se manter no local.
 

Negociação

O governador Confúcio Moura explicou que na última visita em que a presidente Dilma Roussef fez ao estado, ela se colocou à disposição para dar todo apoio necessário aos acampados do estado “e pediu encarecidamente que fosse evitado qualquer tipo de conflito. Dom Moacir (Dom Moacyr Grechi, arcebispo de Porto Velho) também já ligou fazendo este mesmo pedido. E eu também peço a vocês: mantenham a calma e vamos tentar negociar sem conflitos”, pediu o governador também se colocando à disposição com os vereadores no sentido de apoiar os camponeses.

De acordo P Jotta, uma comissão que representa as famílias também já esteve em Brasília (DF) para agilizar o processo de negociação da Fazenda, que, conforme ele, também está em trâmite pelo Superior Tribunal Federal (STF).
 

Benfeitorias

Em visita aos dois assentamentos neste domingo (25), a assessoria de comunicação da Câmara Municipal de Ariquemes encontrou os camponeses reunidos para tratar sobre a reintegração. Na oportunidade foi possível testemunhar o quanto os agricultores têm produzido no decorrer do tempo. Casas (algumas inclusive sendo reformadas); criação de gado, peixes, porcos, galinhas, patos e outros animais; produção de cacau, banana, café, arroz, milho, açaí, mamão, e outros alimentos que servem de subsistência das 160 famílias que moram nas propriedades de 3.600 (Canaã) e de 1.000 hectares (Raio de Sol) tomaram conta de praticamente tudo o que pode ser visto a olho nu. “Há uns 30 dias mandamos dois caminhões de café limpo para Jaru. E todo mês são três caminhões de banana. Eu mesmo estou com um bom estoque de arroz armazenado pra ser comercializado”, conta o agricultor Joaquim Pires da Silva.

João Pimentel e a esposa Áurea Maria da Costa contam que também investiram tudo que tinham na área onde moram e se acontecesse o pior, não têm alternativa para sobreviver. “Nós estamos aqui desde o início, colocamos tudo o que tínhamos aqui. Se formos despejados, vamos para onde?”, questiona o casal que já construiu uma nova moradia e sobrevive da produção agrícola e da criação de animais.

No local, um Posto da Sucam também foi construído junto à Associação que representa os assentados. “Tudo o que temos na vida está aqui. A situação de todos é praticamente a mesma: quando chegamos aqui, colocamos cada suor do nosso trabalho neste pedaço de chão e produzimos tudo o que pode ser visto aqui. Estas terras estavam abandonadas há mais de 30 anos, não é justo este homem vir agora e querer simplesmente despejar as famílias que estão aqui”, resume o líder da LCP.

 

OPINIÃO

Apesar de dizerem que estão dispostos a se manterem na terra a “qualquer custo”, quem visita estas famílias que vivem nos dois assentamentos entende que não se trata de protagonizadores de conflitos como insistem em chamar alguns desinformados. Apenas de pessoas humildes que precisam sobreviver e querem fazer isso por intermédio do seu trabalho. Assim como o governador Confúcio, a presidente Dilma e o arcebispo dom Moacir, esperamos que todos se unam a este entendimento de que haja uma negociação pacífica e não, em hipótese nenhuma, a necessidade de vivenciarmos os conflitos de 2005 e 2006 que literalmente mancharam a imagem do estado e da LCP.

Câmara Municipal de Ariquemes

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