Sábado, 21 de março de 2009 - 09h05
A partir do próximo domingo, as comportas da usina hidrelétrica de Samuel podem ser abertas a qualquer momento. Caso as águas do lago subam mais cem centímetros, e atinjam a cota de 87,40 metros acima do nível do mar, os engenheiros que controlam a usina vão acionar os guindastes e comandos eletromecânicos para permitir a passagem da água represada, procedimento que não é feito desde 2006, último ano em que as cheias obrigaram os administradores a abrir as comportas. A previsão para a abertura se baseia nas últimas medições feitas a partir da régua instalada ao rés da parede interna da barragem, e que indicam uma subida firme e progressiva das águas nos últimos 15 dias. Ontem, dia de São José, ela estava em 86,46 metros.
"O regime de chuvas não tem se alterado significativamente nos últimos anos, em termos de volume, mas sim em termos de distribuição. As chuvas tem se concentrado em torno do mês de março", afirmou o engenheiro Fernando Bastos, coordenador de meio-ambiente da usina. Caso as comportas sejam abertas, a usina pode perder energia potencial - aquela acumulada nas águas - mas não será reduzida a geração de energia elétrica, hoje em torno de 200 megawatts/hora (MWh), em virtude do estoque atual de água do lago, que tem 600 quilômetros quadrados de extensão. "Monitoramos o regime de águas desde as proximidades de Ariquemes, para identificar o momento mais adequado para a abertura das comportas", completa Fernando Bastos.
Esta preocupação se reflete no cuidado com os ribeirinhos que vivem a jusante da barragem. Ainda que sejam invasores, que ocupam as margens do rio Jamari de forma ilegal, já que são áreas de preservação permanente, a Eletronorte deflagrou há uma semana uma campanha de informação, com visitas de casa em casa, até a boca do Madeira (foz do Jamari, distante cerca de duas horas de barco da usina), avisando da iminência da abertura das comportas. "Mesmo sendo um procedimento feito de forma progressiva, para evitar uma enchente de grande proporções, a liberação de uma vazão de até 750 metros cúbicos, equivalentes a 75 caminhões-pipa, por segundo pode significar uma subida de até um metro no nível das águas no trecho a jusante. Daí a necessidade de avisar a todos", explica o coordenador de meio ambiente. Um desses ribeirinhos é o cearense de Paraipaba, João Nogueira. Aos 52 anos, braços rijos e sorriso largo, ele não maldiz a sorte, mesmo com água pela cintura - e ainda brinca: "Posso morrer afogado mas, de sede, igual lá no Ceará, de jeito nenhum". João diz que está há 12 anos na beira do Jamari, junto com a companheira Maria Leonildes. Garante que sobrevive do que aprendeu com a consciência ambiental: "Se eu soubesse há dez anos o quanto é importante preservar as matas ciliares, não tinha derrubado o tanto que eu derrubei e que deu nesse assoreamento aí que você estão vendo", filosofa o ribeirinho. Sobre a força das águas, ele diz que é um preço pago por viver num local privilegiado, ao menos do ponto de vista da natureza, já que João Nogueira e Leonildes não tem água encanada, telefone, e a escola para o netinho inexiste, assim como, ironicamente, a própria energia elétrica apesar de estar a poucos metros da maior usina de Rondônia, a luz para sua casa vem de um gerador a diesel nos fundos da palafita, fonte de energia inclusive para o receptor da antena parabólica, na qual ele espera ser visto amanhã ou depois, quando as equipes de televisão veicularem sua entrevista via satélite. Sobre a mesma força das águas, o engenheiro da Eletronorte tem opinião filosoficamente semelhante: "O fato de termos que abrir as comportas, para mim, significa a natureza se sobrepondo, com sua força descomunal, por cima da ambição humana de querer domá-la. Barramos a água, mas temos que ceder à sua força, quando ela assim o exige".
(Fonte: Diário da Amazônia)
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