Sexta-feira, 2 de dezembro de 2011 - 11h41
O grupo com mais de 30 pequenos produtores rurais rondonienses estão retornando impressionados com o que vivenciaram na prática, conhecendo o funcionamento das agroindústrias do sul do País. Eles concluíram, na última quinta-feira (1º), uma visita para troca de experiências e conhecimentos com os produtores do sul do país, na área de produção, comercialização, geração de empregos e rendas.
No município de Capanema (PR), incrustado na divisa do Brasil com Argentina, vivem 18 mil habitantes, sendo 40% deles, moradores na área rural que trabalham e produzem em pequenas propriedades, desfrutando de ótima qualidade de vida, com todo conforto dos tempos modernos e sem agredir o meio-ambiente. E a Cooperativa da Agricultura Familiar Integrada (Coopafi) é a base de sustentação da economia para essas famílias, com mais de cinco mil associados.
Sincronizados
O destaque para o sucesso na produção e vida saudável dos produtores rurais de Capanema e toda a região sudeste do Paraná está na sintonia e transparência entre os agentes envolvidos no sistema produtivo. A EMATER desempenha um papel importantíssimo neste processo, funcionando como elo entre prefeituras, produtores rurais, cooperativas e associações, bem como prestando assistência técnica e extensão rural.
Ivo Antônio Vial, vice-presidente da Coopafi, à sombra de um vasto pé cinamomo e as margens do rio Iguaçu, esclarece aos produtores rurais rondonienses que o sucesso das parcerias tem dado certo porque as prefeituras repassam, em dia e sem muita burocracia, os recursos do governo federal para aquisição da alimentação escolar.
Vial disse que “em Rondônia, com pequenas adaptações para a realidade local, vocês podem colocar em prática com sucesso um sistema produtivo semelhante ao nosso”. Ele comentou que conhece o trabalho do secretário de Agricultura e Pecuária de Rondônia, Anselmo de Jesus, no período em que fora deputado federal, e parabenizou Mary Terezinha Braganhol – secretária de Agricultura, Indústria e Comércio (SEMAIC/Ariquemes) – pelo empenho e a iniciativa dessa troca de experiências.
Como funciona
Estabelecidos em pequenas áreas rurais, entre um e cinco alqueires, com uma produção diversificada que vai do peixe em cativeiro aos frangos semi confinados, que são comercializados nas feiras livres e nos mercados próprios dos agricultores familiares; passando pelos embutidos de suínos, laticínios e fruticultura, cachaça e açúcar mascavo; o pequeno produtor rural mantem uma renda mensal permanente.
O que não é industrializado no local de produção, é repassado para a Cooperativa, que embala dentro de todas as normas técnicas exigidas, repassando para as escolas e estabelecimentos comerciais.
“A própria cooperativa se encarrega com o pagamento aos produtores rurais e de centavinho em centavinho, todos ganham o ano inteiro”, afirma Ivo Antônio Vial.
Essa realidade pode ser constatada na propriedade de quatro alqueires de Celso Prediguer que, além de leite, suínos, carneiros e frangos, cultiva uma lavoura de milho consorciada com batata doce e mandioca.
Sem uso de agrotóxicos, Prediguer ainda mantêm um parreiral de pequeno porte, cultivando uvas das espécies Violetas, Niágara, Bordô e Isabel. Sua agroindústria gera polpa, vinho, suco, chimia, vinagre e grapa, um aperitivo saboreado em festas requintadas no Brasil e Europa.
Entusiasmados
Sérgio Batista de Moura, de Nova União (RO), produtor de milho, mandioca, arroz, frango e suínos para subsistência em uma área de 8 alqueires, dizia entusiasmado e fazendo coro com os demais visitantes, “depois desta experiência, a nossa vida no campo terá tudo para mudar o rumo da Agricultura Familiar em nosso Estado”.
Os produtores rondonienses, apesar do cansaço e da estafa de uma longa viagem com mais de três mil quilômetros, não esqueceram e lembraram o apoio do governador de Rondônia, Confúcio Moura, do prefeito de Ariquemes, José Márcio Londe Raposo e do SEBRAE.
Fonte: José Luiz Alves – Decom/Seagri
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