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Sistema de alerta de tsunamis na Indonésia não estava acionado, dizem autoridades


 
Agência Brasil

Brasília – O sistema de alerta instalado pelo governo da Indonésia para prevenir ocorrências como o último tsunami no Oceano Índico, há seis anos, não estava em funcionamento desde a última segunda-feira (25). Na terça-feira (26) um novo tsunami atingiu as Ilhas Mentawai, no oeste do país. As informações foram fornecidas por autoridades indonésias. Os dados são da agência BBC Brasil.

Um dos responsáveis da Agência Indonésia para Avaliação e Aplicação de Tecnologia, Ridwan Jamaluddin, disse que duas boias do sistema, que ficam no arquipélago próximo à costa da Ilha de Sumatra sofreram vandalismo e não estavam funcionando no momento do tsunami. "Não falamos que elas estão quebradas, mas que elas foram vandalizadas, e o equipamento é muito caro. Cada uma nos custou 5 bilhões de rupias [cerca de R$ 949 mil]", disse ele.

Um outro funcionário da Agência de Climatologia da Indonésia disse que os medidores de marés e boias são usados para detectar um tsunami. Mas as boias são mais importantes para a divulgação de um alerta antecipado. Segundo moradores da Ilhas Mentawai, não houve alerta algum de tsunami pouco antes de a onda atingir o local na última segunda-feira.

"Não houve nenhuma sirene para alertar as pessoas em Sikakap (um vilarejo de uma das ilhas)", disse um dos moradores, Ferdinand Salamanang. "Sim, havia um sistema de detecção de terremoto e tsunami em nosso porto, mas eles estão quebrados. Não ouvimos nenhum alerta desta vez."

Há quase dois anos, a Indonésia lançou seu novo sistema de alerta antecipado de tsunamis, que visava dar aos moradores das áreas mais próximas do mar mais tempo para escapar das ondas caso um novo desastre atingisse o país.

O projeto foi lançado depois do tsunami devastador no Oceano Índico, que atingiu a Indonésia em 2004. Naquela ocasião 250 mil pessoas morreram, mais da metade delas na província de Aceh, ponta norte de Sumatra e perto do epicentro do terremoto.

De acordo com a especialista em riscos e desastres da Organização das Nações Unidas (ONU), Tiziana Bonapace, "os sistemas de monitoramento do nível do mar e de terremotos já estão no lugar, mas o que é mais difícil é fazer com que os alertas cheguem a áreas remotas a tempo".

De acordo com Tiziana, o maior desafio é fazer a comunidade da região entender o potencial de desastres na área e aprender a se preparar para estas ocorrências.

O especialista da Agência Indonésia para Avaliação e Aplicação de Tecnologia afirma que, mesmo se o sistema estivesse funcionando, o terremoto atingiu uma área tão próxima das ilhas que um alerta poderia não ter dado aos moradores o tempo necessário para fugir.

"A ilha Pagai [uma das Ilhas Mentawai] é muito próxima do epicentro, então as ondas chegaram à ilha Pagai em apenas cinco ou dez minutos", disse Ridwan Jamaluddin. "Mesmo se a boia estivesse funcionando, ainda é muito tarde para avisar as pessoas."

Andrew Judge, da agência humanitária SurfAid International, que trabalha na área há dez anos, concorda com o funcionário indonésio. "A distância do epicentro era muito curta não havia tempo para agir", disse Judge. "Aquelas pessoas não teriam sido alcançadas pelo alerta", afirmou, acrescentando que as Ilhas Mentawai são remotas e a comunicação é difícil.

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