Sábado, 2 de janeiro de 2010 - 17h00
O presidente do Equador, Rafael Correa, disse estar disposto a deixar o cargo se ficar impune a morte do professor Bosco Wisuma, da etnia shuar, ocorrida em setembro durante manifestações indígenas contra o governo.
"Eu saio do cargo, mas aqui não vou permitir que caia a morte de um irmão na impunidade", afirmou Correa em seu informe semanal de trabalho, transmitido neste sábado.
O assassinato do professor ocorreu na época em que comunidades indígenas protestavam contra a lei de águas que estava sob análise do Congresso equatoriano. A mobilização foi motivada pela alegação de que a nova legislação poderia criar brechas para a privatização do recurso natural.
As circunstâncias do falecimento de Wirusa ainda não foram esclarecidas, mas sabe-se que ele foi baleado em um choque entre manifestantes e a polícia. Na mesma ocasião, 40 agentes ficaram feridos.
Correa responsabilizou a rádio comunitária La Voz de Arutam pelo crime, pois a emissora teria incitado as pessoas à violência.
"Estes líderes irresponsáveis, que se criaram acima do bem e do mal, acreditam que são intocáveis", acrescentou o presidente.
O Conselho Nacional de Telecomunicações ordenou a revogação da freqüência da emissora, mas dirigentes indígenas recorreram da decisão e pretendem processar o Estado.
Fonte: Folha de São Paulo
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