Terça-feira, 10 de junho de 2008 - 10h49
O jornal britânico The Guardian traz em sua edição desta terça-feira um artigo de opinião alertando para o perigo do interesse público gerado pela divulgação, há duas semanas, de fotos de uma tribo de índios isolada na Amazônia.
Segundo o artigo Morte na Amazônia, assinado pela escritora britânica Jay Griffiths, com a divulgação das imagens, esses índios serão perseguidos não apenas pelos grupos ilegais que desmatam a florestas, mas também por missionários religiosos, empresas de televisão e aventureiros determinados a ignorar sua mensagem.
Os riscos são bem conhecidos: milhares de índios isolados já morreram depois de contraírem doenças trazidas pelos invasores, diz ela.
Para a autora, as imagens dos índios pintados de vermelho e preto empunhando arcos e flechas em direção aos invasores, em expressão de raiva e medo, transmitiam a mensagem clara de que querem ser deixados em paz.
Houve um grande interesse por parte do público quando as fotos foram divulgadas pelo governo brasileiro, revelando a curiosidade que despertam as tribos indígenas, diz a autora, que já esteve em contato com tribos isoladas na selva peruana a convite de ativistas indígenas e escreveu o livro Wild: An Elemental Journey.
Mas enquanto muitos defensores dos índios querem divulgar seus alertas para a destruição da natureza e suas filosofias de vida, eles próprios, os índios, não querem nada disso.
Eles não têm nada a ver com a cultura dominante e tudo que querem é ser deixados em paz, afirma a escritora.
Reality show
Griffiths afirma que no início do ano uma equipe de TV britânica esteve na selva amazônica peruana para procurar índios para participar de um reality show.
A equipe foi acusada de visitar uma tribo isolada e transmitir doenças que deixaram quatro mortos.
Na opinião da autora, há um profundo racismo contra as comunidades indígenas e a invasão forçada é a prova disso
O mercado editorial promove o aventureiro, as igrejas fundam missões, as corporações enviam mineradores e destruidores da floresta e as companhias de TV enviam suas equipes.
Num mundo honesto, todos deveriam ser acusados por tentativa de assassinato.
Informação salvadora
Uma crônica publicada nesta terça-feira no jornal Le Monde, no entanto, vê com bons olhos a liberação das fotos.
O autor, Laurent Greilsamer, acredita que a Funai já sabia da existência da tribo há muitos anos e questiona a divulgação do fato domo descoberta.
Esta tribo não é desconhecida, afirma o autor. Já faz 20 anos que a Funai decidiu protegê-la, rompendo o diálogo e deixando-a em paz.
A decisão de revelar a existência da tribo foi para atrair a atenção da comunidade global para essa micro-sociedade ameaçada por empresas petroleiras que adorariam penetrar tranqüilamente pelos confins do Peru ou do Brasil.
Até agora o silêncio foi protetor; a informação pode se tornar salvadora, afirmou Greilsamer.
Fonte: BBC Brasil
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