Terça-feira, 23 de novembro de 2021 - 09h50

O Ministério
Público de Rondônia obteve no Tribunal de Justiça a inconstitucionalidade da
Lei Complementar Estadual nº 1.089/21, no trecho que alterou os limites da
Reserva Extrativista Jaci-Paraná (Resex-Jaci-Paraná) e do Parque Estadual de
Guajará-Mirim, reduzindo significativamente as áreas dessas unidades de
conservação. A decisão foi proferida pelo Tribunal Pleno, em sessão realizada
nesta segunda-feira (22/11).
Em síntese,
os artigos declarados inconstitucionais provocaram uma redução na área da
Reserva Extrativista Jaci-Paraná, de 191 mil para 22.487,818 hectares, e na
área do Parque Estadual de Guajará-Mirim, de 216 mil para 166.034,71 hectares.
Como justificativa de compensação, a norma criou outras unidades de
conservação, embora estas últimas não entreguem os mesmos serviços ambientais e
nem correspondam territorialmente às unidades e conservação extintas. O MP não
arguiu a inconstitucionalidade sobre esse ponto da lei, importando mencionar
que já houve, por lei posterior, interferência em duas dessas unidades, também
objeto de outra ADI ajuizada pelo Ministério Público Estadual.
A Lei
Complementar Estadual nº 1.089/21 também previa a possibilidade de
regularização ambiental da propriedade ou posse de imóveis rurais localizados
nas áreas desafetadas da Reserva Extrativista Jaci-Paraná e do Parque Estadual
de Guajará-Mirim.
Ao fazer a
sustentação oral durante o julgamento, o Procurador-Geral de Justiça, Ivanildo
de Oliveira, fez um resumo dos prejuízos causados pela norma ao meio ambiente,
ao bioma, às populações tradicionais, indígenas e à sobrevivência da vida no
planeta, ressaltando a importância de observância dos princípios de proibição
do retrocesso ambiental e do direito a um meio ambiente ecologicamente
equilibrado, da prevenção e da precaução, da ubiquidade e equidade
Intergeracional.
O
Procurador-Geral destacou a flagrante inconstitucionalidade da Lei Complementar
Estadual nº 1.089/21, argumentando que a Constituição Federal assegura no
artigo 225, caput, o “direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”,
impondo “ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações”.
Além disso,
conforme pontuou, a Carta Maior confere especial proteção à Amazônia, ao dispor
no art. 225, § 4º, se tratar de patrimônio nacional, devendo sua utilização ser
feita na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio
ambiente, inclusive, quanto ao uso dos recursos naturais. “Tratam-se de normas
de reprodução obrigatória, protegidas ainda pelos arts. 218, 220 e 221, III, da
Constituição do Estado”.
Na sessão, o
Ministério Público também destacou a violação aos Princípios de Prevenção e
Precaução, com a ausência de Estudos Técnicos para formulação da norma e a
importância da decisão em relação à sua repercussão transnacional no que se
refere à proteção ambiental.
Votação – O
Pleno do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, em uma decisão de suma
importância para a garantia da preservação e proteção ambiental das unidades de
conservação do Estado, afirmada durante o julgamento, decidiu pela
inconstitucionalidade da norma nos artigos 1º, caput, e seus parágrafos 1º e
2º; 2º, caput, e seus parágrafos 1º e 2º; 15, caput, e seu parágrafo único; 17,
caput e seus incisos, e, bem como dos Anexos I, II, V, VI, VII e VIII.
O
posicionamento do Tribunal de Justiça foi reconhecido pelo Procurador-Geral,
que falou da importância da Corte para a defesa do meio ambiente no Estado de
Rondônia.
Ranking -
Áreas Protegidas (APs) representam um patrimônio nacional. Segundo o Instituto
Imazon, baseado em dados de desmatamento, a Resex Jaci-Paraná e o Parque
Estadual de Guajará-Mirim figuram, em 3º e 4º lugar, respectivamente, no
período de agosto de 2020 a julho de 2021, entre as dez unidades de conservação
estaduais com maior ameaça de desmatamento, além do já ocorrido.
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