Segunda-feira, 23 de junho de 2025 - 08h50
A Ecoporé recebeu a Missão de
Supervisão e Apoio à Implementação do Projeto Paisagens Sustentáveis da
Amazônia (ASL Brasil) em Rondônia. A agenda faz parte de uma série de visitas
técnicas realizadas nos estados do Amazonas, Acre e Pará. Além de Rondônia,
último destino da missão.
Estiveram presentes representantes do Banco Mundial, instituição financeira que
implementa a iniciativa, além do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
(MMA), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do
Serviço Florestal Brasileiro (SFB), da Conservação Internacional (CI-Brasil),
da Fundação Getulio Vargas (FGV Europe) e de secretarias estaduais de meio
ambiente de Rondônia, Amazonas, Acre e Pará.
A programação em Rondônia teve
início com a visita às Florestas Nacionais do Bom Futuro e de Jacundá, áreas
que passam por um processo de restauração ecológica após histórico de invasões
e desmatamento. Atualmente, são 325 hectares em processo de recuperação. Para
isso são utilizadas técnicas como semeadura direta, plantio de mudas e
monitoramento contínuo.
Desafios e aprendizados no
caminho da restauração
Durante a visita, foram compartilhados os principais desafios enfrentados, como
o risco de queimadas e as limitações da janela climática para plantio. Por
outro lado, também foram destacadas lições relevantes, como o potencial
produtivo da muvuca de sementes, a geração de renda para as comunidades e o
fortalecimento institucional em torno da restauração.
"A restauração não é apenas
plantar árvores. É uma oportunidade de fortalecer redes, gerar renda, envolver
comunidades e criar um movimento coletivo em defesa da floresta," destacou
Marcelo Ferronato, diretor presidente da Ecoporé.
Povos indígenas fortalecem a rede
de sementes e a restauração
Ainda no primeiro dia, a missão seguiu para o Território Indígena Karitiana,
onde visitou a Aldeia Beijarana. O povo Karitiana tem desempenhado um papel
fundamental no fornecimento de sementes nativas, atividade que tem fortalecido
a autonomia e gerado renda para a comunidade.
“A coleta de sementes é o futuro. Vende sementes, faz artesanato, gera renda.
Dá poder de compra,” afirmou José Claudenilson Karitiana, professor da
comunidade.
Para os representantes do Banco Mundial, o impacto vai além da recuperação
ambiental:
"O trabalho vai muito além de hectares restaurados. Restaura vidas,
fortalece vínculos e cria redes de parceria. É um prazer vivenciar e aprender
com a experiência da Ecoporé,” destacou Bernardete Lange, especialista
ambiental do Banco Mundial.
As áreas em processo de restauração atualmente estão na fase de manutenção e
monitoramento, com foco no controle de gramíneas exóticas, um dos maiores
desafios para garantir o desenvolvimento das espécies nativas e a
sustentabilidade das áreas recuperadas.
A missão também acompanhou, em Cacoal, um mutirão do Programa de Regularização
Ambiental (PRA), organizado pela SEDAM e EMATER. Na ocasião, a Ecoporé
participou do cadastramento de produtores interessados em aderir às ações de
restauração promovidas pelo projeto.
Durante a agenda, foram realizadas visitas a duas propriedades beneficiadas
pelo projeto. Na propriedade do agricultor João da Luz, foi realizado o
isolamento da área destinada à recuperação. De forma voluntária, João ampliou a
área de restauração para além do exigido por lei, com o objetivo de garantir a
preservação dos serviços ecossistêmicos em sua propriedade.
Já na propriedade de Antônio Mateus, o processo de restauração está mais
avançado. A área já foi isolada e recebeu o plantio, realizado por meio da
muvuca de sementes, que combina diversas espécies florestais nativas no
processo de recomposição.
“Plantar pensando no futuro de quem tá vindo,” refletiu Antônio Mateus, que
resumiu o sentimento de cuidado com as futuras gerações.
Da semente à floresta
No encerramento da missão, os
participantes visitaram a sede da Ecoporé, em Rolim de Moura, onde puderam
conhecer o viveiro de mudas e o laboratório de sementes, acompanhando todo o
ciclo — da coleta ao beneficiamento, até a produção de mudas destinadas às
áreas de restauração.
“É um aprendizado incrível. O trabalho da Ecoporé com a rede de sementes e com
as comunidades têm gerado resultados expressivos em termos de renda e
fortalecimento social. Estar aqui nos faz pensar em como dar continuidade e
ampliar esse trabalho, que é exemplo não só para Rondônia, mas para toda a
Amazônia e outras regiões onde atuamos,” comentou Laura Lamonica, diretora do
Programa Soluções para o Clima da Conservação Internacional.
Entenda o Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia
O Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil) é coordenado pelo
Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), por meio da Secretaria de
Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais (SBio), e executado pela
Conservação Internacional (CI-Brasil), pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade
(Funbio) e pela Fundação Getulio Vargas (FGV Europe), em parceria com órgãos
federais e estaduais de meio ambiente.
A iniciativa integra o Programa Regional ASL, implementado pelo Banco Mundial e
financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), que conecta ações em
sete países amazônicos: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e
Suriname.
O projeto busca fortalecer a gestão integrada da paisagem amazônica, promovendo
conservação, restauração florestal e desenvolvimento sustentável. Suas metas
incluem:
Ampliar áreas protegidas;
Consolidar e melhorar a gestão de unidades de conservação;
Aumentar o financiamento para áreas protegidas;
Promover a conectividade e a gestão integrada da paisagem;
Incentivar arranjos produtivos e cadeias de valor sustentáveis;
Fortalecer a cadeia de sementes e mudas nativas;
Apoiar políticas públicas de proteção e recuperação florestal;
Estimular a cooperação regional entre os países amazônicos."
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