Sábado, 6 de setembro de 2025 - 08h05
Você tem medo de quê? Porque certamente todos nós
tememos algo, nem que seja que aquele mais íntimo segredo seja revelado ou o
que ainda nem sabe o que teme exatamente, ou talvez nem tenha coragem de
admitir. Nossos medos aparentam estarem se ampliando e temos quase que
obrigação de os dominar.
Por mais casca grossa, seguros, superiores, arrojados que
possamos aparentar, bem sabem, somos humanos e bem sabemos também que a corda é
frágil e pode arrebentar. Bocage imortalizou em sua obra sempre satírica uma
situação famosa que virou de uma certa forma uma divertida expressão popular
que resume: “quem tem
*** tem medo”. Se referia a sexo, mas o chiste se
popularizou para o todo. Portanto, eis, todos nós.
Toco no assunto porque ultimamente tenho percebido uma
estranha, variada e forte expansão dos sentimentos de medo em conversas, com
pessoas de todas as idades e vivências. Temores variados parecem mais
presentes, inclusive de forma geral ao se pensar no momento político do país,
do mundo, do planeta com guerras e sensíveis variações e tragédias climáticas,
no futuro. Claro, citando ainda grupos e governantes poderosos não exatamente
equilibrados dispostos a causar crises perigosas que até já nos atingem, além
de expansões territoriais e domínios, inclusive por medo e violência imposta
por armas e controles. Mesmo distantes suas decisões nos impactam diretamente
aqui em nossos cantinhos, seja em comunidades ou em áreas nobres.
Quem dera esses temores apenas estivessem mesmo distantes,
outras terras ou só lá no noticiário internacional, onde o sangue mais escorre
diariamente, com explosões e ataques, matando gerações, nos mostrando cenas que
são pesadelos diários.
Estão cada vez mais aqui do nosso lado, onde diariamente
tememos por nossos familiares e amigos nas ruas; e onde nós nos persignamos com
fé - seja em qual religião ou mesmo nenhuma - ao pôr o pé para fora da porta,
mesmo que nossas casas e ruas estejam virando verdadeiros bunkers equipados com
câmeras, cercas, muros, fechaduras, seguranças, armas. Nas capitais, no
interior. Uma hora, inclusive dentro dessas muralhas, sabemos, poderemos estar
totalmente à mercê, principalmente nós, mulheres, e as crianças, uma situação
que não muda, apenas varia o grau e os perigos, nos passos e avanços da
modernidade, décadas após décadas. Estamos no Século XXI. Muito prazer, no que
traz de futuro e inovação. Sentimos que traga junto tantos perigos e voltas no
tempo, retrocessos.
O medo é terrível. Cala. Amordaça. Contêm as pessoas.
Domina. Não é por menos que assistimos mais debates insanos nas redes sociais,
no mundo digital, como duelos à distância que parecem dar segurança ao que de
pior há em cada um de nós, com uso de pseudônimos ou não. Não é por menos
também que as opiniões pessoais sinceras andem mais resguardadas, os protestos
reais cada vez mais silenciosos, e que por isso mesmo muitas coisas estejam
sendo decididas e realizadas em labirintos escuros pelos mal intencionados.
Quando reveladas à luz do Sol nos causam revolta e mais medo, num estranho e
complexo círculo vicioso.
Claro que o medo não pode nos dominar, nem precisa me dizer
até porque sou mesmo uma otimista inveterada. Mas a sensação é real: uma corda
bamba no país que não sabe o que virá após um julgamento que se estende
continuamente dividindo de bobeira um país. Um país tão bonitinho quanto
ordinário em suas mazelas nos quatro cantos, com tantos sem condições
minimamente dignas de sobrevivência, desnorteados em acaba seguindo líderes
pobres de espírito que prometem as soluções que não chegam.
Por acaso, além da primavera que se aproxima, mais uma data
chegou com a lembrança de uma frase radical na História: Independência ou
Morte! Que optemos sempre pela independência, que nos ajude controlando e nos
desviando de todos os medos.
Somos mesmo dramáticos. Mas esta é exatamente a vida e toda
a sua beleza.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, cronista, consultora de
comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom
para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na
Amazon). Vive em São Paulo. marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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