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Economia - Nacional

Com investimentos de R$ 450 milhões entra em operação em Porto Velho, o novo Terminal de Uso Privado do grupo Maggi


 
Após investimentos de R$ 450 milhões nos últimos dois anos nessa frente, a empresa colocará em operação neste mês um novo Terminal de Uso Privado (TUP) em Porto Velho (RO) e uma estação de transbordo de cargas em Itacoatiara (AM), além de mais barcaças e empurradores. Com isso, elevará em 80%, para 5 milhões de toneladas por ano, sua capacidade de transporte fluvial na região.

A novidade, em meio a tantos anúncios logísticos do agronegócio no chamado "Arco Norte", está no modelo de terminal escolhido pela Amaggi: ele é flutuante. Ou seja, está fundeado em pleno rio. De um lado atracam as barcaças e do outro os navios exportadores. Um guindaste acoplado ao terminal fará a transferência direta dos grãos, sem a necessidade de armazenamento.

"É um modelo inovador no Brasil e que tem a desvantagem de não poder armazenar. É necessária coordenação perfeita entre navio e barcaça, uma logística 'just in time'", afirma Jorge Zanatta, diretor da Amaggi Navegação. "Se um deles faltar, toda a operação para".

De acordo com o executivo, foi uma opção ousada e pioneira, mas com ganhos significativos. "O terminal flutuante tem custo inferior ao convencional e os processos de licenciamento são mais simples e mais rápidos".

As contas mostram a disparidade de gastos e tempo: um terminal convencional, construído à margem do rio, custa entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões - e leva no mínimo quatro anos para entrar em operação devido à demora na liberação de licenças estaduais e federais necessárias ao empreendimento. O flutuante custa R$ 50 milhões e fica pronto em 18 meses.

"Ele não envolve questões como desmatamento, titularidade da terra, barranco de rio e outros processos", diz Zanatta. Em recente entrevista ao Valor, o presidente da ADM no Brasil e América do Sul (exceto Argentina), Valmor Schaffer, afirmou que se "der certo" o que a Amaggi fez no rio Madeira, também pretende replicar a ideia em outros corredores fluviais.

A estratégia de crescimento já vinha sendo desenhada pelo grupo há alguns anos e ganhou ímpeto com a reestruturação organizacional do grupo, agora dividido em quatro unidades de negócios.

Na área de navegação, a percepção era de que as possibilidades de expansão estavam limitadas. Cravado em Porto Velho e com acesso limitado de caminhões, o porto público não oferecia condições de expansão para que a Amaggi acompanhasse a oferta crescente de grãos de Rondônia e do Noroeste de Mato Grosso. Em 2014, a necessidade de ampliação ficou mais evidente depois que as chuvas torrenciais do inverno amazônico inundaram Porto Velho e paralisaram parte do porto público. A Amaggi não sofreu diretamente, mas terminais como o da Cargill tiveram de interromper as operações por ter submergido em água.

A partir deste ano, além do porto público de Porto Velho, a Amaggi contará também com um terminal privado 20 quilômetros rio abaixo - e em um terreno alto, para não correr riscos. Juntos, eles elevarão a capacidade de escoamento de grãos do grupo pelo Madeira de 2,8 milhões de toneladas ao ano para 5 milhões em 2016. Em Itacoatiara, o terminal de transbordo receberá a complementação do flutuante, de forma a absorver o volume novo.

Segundo Zanatta, a TUP de Porto Velho está em fase de testes pré-operacionais. O flutuante já está pronto, aguardando apenas o alfandegamento da Receita Federal.

A companhia também vai incorporar 60 novas barcaças graneleiras e três novos empurradores, elevando a frota própria da empresa no corredor Madeira-Amazonas a 175 barcaças e 20 empurradores.

Com US$ 4,4 bilhões faturados em 2014 no Brasil e no exterior e na 26ª posição no ranking das maiores empresas exportadoras do país no primeiro trimestre, a Amaggi investiu nos últimos três anos R$ 1 bilhão em logística, aquisição de terras, estrutura para originação e beneficiamento de grãos. Quase metade voltou-se ao corredor Madeira, onde há duas décadas a Amaggi deu início ao transporte fluvial e que ainda segue como a menina dos olhos do grupo. "É, sem dúvida, nosso principal rio", diz Zanatta.

Quando atingir as cinco milhões de toneladas, o Madeira-Amazonas representará pouco menos da metade de tudo o que a Amaggi movimentou em 2014 - 11 milhões de toneladas de grãos.

No Tapajós, a Amaggi criou uma joint venture com a Bunge para navegar com soja e milho de Mato Grosso e no Pará. Em 2014 transportou 836 mil toneladas. A previsão é alcançar dois milhões de toneladas este ano e, em 2016, 3,5 milhões de toneladas de grãos.

Por ora, a Amaggi não tem planos concretos para outro corredor amazônico, o do Tocantins-Araguaia. Há ainda problemas de navegabilidade, diz o executivo. "Não estamos enxergando expectativas positivas ainda para a realização das obras necessárias no rio".

Fonte: Valor Econômico/Bettina Barros | De São Paulo

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