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Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI - VIVENDO UM PERÍODO ELEITORAL ATÍPICO


POLÍTICA & MURUPI - VIVENDO UM PERÍODO ELEITORAL ATÍPICO - Gente de Opinião

1-Sobre urnas, votos e um VAR eleitoral                                                                            

Aceito como pecado mortal duvidar da urna eletrônica. Quem não acredita que ela é democrática e segura ganha o passaporte do TSE com passagem só de ida para o inferno. Não tenho medo do inferno. Só do inferno diário com bala perdida e assalto. Tenho medo mesmo é de andar sozinho na rua ou esquecer o portão aberto. Já não uso relógio, celular, cordão de ouro e bicicleta que chamam a atenção. Sou um medroso incurável que se borra com medo de tudo e todos. Tenho pesadelo com alguém me dizendo “TEJE PRESO” ou pior, com a ordem de algum ministro me enquadrar se eu citar algo como – valha-me Deus! – urna eletrônica. Liberdade de opinião, processo judicial, oficial de justiça, estado democrático de direito, democracia, valores caros de toda minha são o gatilho da minha velha paranoia. Virei puxa-saco de advogados. Admiro como eles encaram o juiz sem tremer as pernas como eu faço. Em razão disso e em prol de minha saúde mental, professo meu credo na urna eletrônica. Creio nela assim como creio em geladeira, fogão, freezer ou qualquer máquina sem nem saber como funcionam. Mas tem uma coisa que não abro mão: se há relação de prestação de serviços, exijo o extrato detalhado daquilo que gastei e devo. Faço assim com o celular, energia ou cartão de crédito. E é aqui que a porca torce o rabo. Em tese voto não tem preço e em tese não preciso de extrato detalhado, mas  há um serviço embutido na eleição pago com verba pública para campanhas e manutenção da corte eleitoral. É a prestação jurisdicional do TSE e TRE’se executores da eleição e a eles cabe demonstrar a lisura da eleição. Como ter a certeza da verdade – são conceitos distintos (clique aqui) – na apuração? Crendo na infalibilidade do juiz falível ou limando o detestável voto impresso? E que tal usarmos pelo menos um VAR do voto? É uma.


  2-Quem vale mais Simone, Simon, Ulisses ou o MDB?

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A mais completa tradução do MDB está vivo e mesmo doente, afastado da política continua lúcido e loquaz. O mais autêntico dos críticos do partido, Pedro Simon foi no fígado: “A marca que eles deixaram é triste e dolorosa. Lula deveria estar na cadeia e essas pessoas deveriam estar respondendo a seus processos. Esses nomes têm condenações graves e sérias, mas o Supremo fez uma espécie de troca-troca: um não mexe com o outro” e depois foi ao outro lado: “Os que querem Bolsonaro estão encantados com os favores, vantagens e emendas do Orçamento. A coisa está tão malparada que lembro de uma frase do dr. Ulysses quando a gente se queixava do Congresso: se esse Congresso é horrível espera até vir o próximo”. Simon conviveu com Ulisses, ajudou a fundar o MDB, seu partido até hoje, viu Ulisses pregando no deserto e sendo traído miseravelmente. Hoje, no ocaso de sua existência vê a repetição da história da traição. Simone Tebet, grande quadro do MDB, que ousou encarar a raposa alagoana de pelos implantados é a candidata à presidência da república, mas está sendo alijada do processo e traída por seus correligionários enquanto os velhos babões do MDB, acostumados a mamar nas tetas de todo e qualquer mandatário, riem como hienas esperando o cadáver da Simone Tebet. Ela perderá feio se não desistir antes, mas deixará à mostra o câncer que são os velhos caciques de seu partido.


3-Estouro das boiadas 

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Vamos admitir para efeito de separação geográfica que os partidos políticos são de direita, esquerda e centro, o que é ficção. Vejam PT e PSDB um só grupo com roupas distintas. PT em macacão de fábrica e o PSDB de paletó e gravata, o que é comprovado pela chapa Lula/Alckmin, que se acusavam em público e se acertavam em particular. No propicio ambiente da Câmara Federal onde todos os 513 gatos são pardos de dia e de noite, PT e PSDB faziam um jogo de cartas marcadas. Ali, desapercebido por 27 anos estava um deputado eleito pelo Rio de Janeiro, dono de uma fala agressiva e radical, pertencente ao baixíssimo clero, um exemplar exótico da fauna parlamentar. O discurso anticorrupção e anti esquerda do Bolsonaro fez eco na sociedade sacudida pelos escândalos revelados na Lavajato, impeachment, exposição dos esquemas de empresas públicas e privadas, prisão de empresários, políticos, dirigentes e em particular, Lula. Bolsonaro não era o anti-político, mas soube como poucos vestir o sentimento do povo. O grito de “mito”, as multidões enroladas na bandeira brasileira eram e são espontâneos. Junte-se seu passado de militar que ativou a identificação dos militares e simpatizantes em silêncio desde o início da redemocratização e Bolsonaro tornou-se o contraponto a Lula e a razão desta polarização que inviabilizou uma terceira via. As eleições estão logo ali e institutos de pesquisas turbinam seus resultados para o estouro das duas boiadas. Não está fácil para nenhum dos lados. A divisão existe e quem pode mais chora menos. O Brasil vive um momento atípico. São dois populistas com discurso antagônico, poucas propostas de governo e ódio mútuo acumulado. Mas passada a refrega, independente de quem vença, o Centrão estará como sempre ao lado do governo. Com qualquer um dos dois. É como penso.

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