Terça-feira, 1 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI - Para o Brasil o cenário visível é o confronto direto


POLÍTICA & MURUPI   - Gente de Opinião
POLÍTICA & MURUPI
POLÍTICA & MURUPI - Para o Brasil o cenário visível é o confronto direto - Gente de Opinião

1-O establishment dá as cartas    

No livro “Como morrem as democracias” um dos contextos revela a atual bagunça brazuca com os atores e players dos Três Poderes, partidos, empresas, imprensa, universidades, Ongs e caciques regionais com peso político e econômico atuando para evitar qualquer mudança do status quo político nacional usando as armas do institucionalismo, nome dado por experts e que faz opção pelas normas legais e arranjos pré-existentes para explicar e manter o comportamento do ente político, inclusive adotando regras informais estabelecidas e plenamente aceitas. Prefiro, contudo, o termo establishment que é mais antigo e que pode ser entendido como sendo a estrutura ideológica, econômica e política que é a base da formação do estado. Aqui e alhures.

        2-Quem dá forma ao establishment                 

O establishment não tem estatuto, CNPJ, endereço ou empregados. Você não o vê, mas ele é real e opera no dia a dia. É o “centrão” do Congresso Nacional, a Fiesp, o político de família ou aquele conhecido, porém invisível “sistema”, que reina até nas estruturas sindicais ora operando à direita, ora reinando à esquerda. 

POLÍTICA & MURUPI - Para o Brasil o cenário visível é o confronto direto - Gente de Opinião

Renan, Temer, Gilmar e Sarney são muitos nomes que o personificam. Eles é que escolhem jóqueis e cavalos colocando-os na raia para a corrida, com regras e travas definidas e por vezes modificadas durante o páreo por eles mesmos. Às vezes a estratégia é aumentar o número de cavalos e noutras é reduzir. Nesta eleição para o establishment a disputa ideal deve se dar com dois cavalos pois qualquer que seja o vencedor o prêmio será alto e já precificado. “Com o coração sangrando e a alma leve” Dória escafedeu-se e bem antes o Moro, depois a Simone. Ficarão os azarões como o Ciro, Emayel, etc. Afinal tem o fundo eleitoral em jogo. 

3-Eliminando os azarões      

Para o establishment outsider é palavrão, ponto fora da curva e séria ameaça ao status quo a ser eliminada. A fala antissistema e anticorrupção fisga o eleitor e se o pregador é eleito debilita o establishment. É o caso do Bolsonaro, o outsider de 2018, que hoje vive às turras com o STF, imprensa, Ongs, etc e quem mais vier.  

POLÍTICA & MURUPI - Para o Brasil o cenário visível é o confronto direto - Gente de Opinião

Para não ser apeado do cargo Bolsonaro entregou-se ao “centrão” abdicando da aura purista, mas ainda é visto com desconfiança e para abatê-lo o establishment fez a roda da justiça girar ao contrário mudando processos e como diria a presidente Dilma, “fazendo o diabo” para Lula entrar no circuito como única força política em condições de enfrenta-lo nas urnas. Mas o confronto tem que ser direto, sem azarões, vez que o risco eleger o azarão é tão sinistro quanto escolher um outsider. É esse o caso do Dória que morreu no ninho.   

4-A lógica da não mudança   

Numa metáfora futebolística, “por que mexer em time que está ganhando”? Para o establishment as regras são bloqueios, valas e pesos postos contra qualquer tentativa de mudança obedecendo a uma lógica. É que

POLÍTICA & MURUPI - Para o Brasil o cenário visível é o confronto direto - Gente de Opinião

toda mudança exige esforço e inevitavelmente leva ao desconhecido. Foi assim em 1964 contra a esquerda que pregava a mudança radical do regime e ocorre o de novo agora contra as forças direitistas pregando um “novo ordenamento”. Luta inglória. Mudanças ainda que necessárias, esbarram no muro cultural. O discurso de quem as propõe será sempre o mesmo, o “anti alguma coisa” e para ocorrer é preciso aguardar e maturar. Para o establishment e mesmo com todos partidos, o Brasil deve ter apenas um menu: esquerda e direita.  

         5-Por que mudanças são necessárias    

POLÍTICA & MURUPI - Para o Brasil o cenário visível é o confronto direto - Gente de Opinião

O Brasil carece da reforma tributária e administrativa para reduzir impostos e devolvê-los ao cidadão em forma de bons serviços, atendimento de demandas e obras a partir de prioridades planejadas e essenciais e da transparência, moralidade e economicidade que reduzem desperdício e corrupção. Parece algo fácil mas está arraigado na nossa sociedade o contrário. E esta é uma realidade latino americana. Vejamos o exemplo do Chile que promoveu a “concertacion” e vê hoje como o establishment lutou e reverteu os ganhos obtidos. Associar a ideia com a Operação Lavajato não é mera coincidência. O acirramento de espíritos não é obra de Bolsonaro ou Lula que são só as vozes do establishment. Na dúvida relembro o Temer indo ao STF para reduzir danos com Bolsonaro com o ministro Moraes ou Alckmin abraçado a Lula para garantir sua aceitação pelo mercado. O pacto federativo? Como? Ele se dá a partir do Congresso e não do Executivo. É como penso!

Contato - leoladeia@hotmail.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoTerça-feira, 1 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Nuvens negras para a FAB

Nuvens negras para a FAB

A Força Aérea Brasileira que mantem um serviço executivo para os rincões brazukas está com vento de través não no sentido literal, por falta de gran

Trio parada dura de Rondônia

Trio parada dura de Rondônia

Para chegar a Porto Velho faltam voos, os barcos são precários e sobram então as estradas. A BR319 é da Marina e a 364 é do pedágio fake: você paga,

Dez anos de petrolão e... Arquive-se

Dez anos de petrolão e... Arquive-se

Em 27 de abril de 2015 era aberta a CPI do Petrolão e de novo as esperanças apontavam para um ponto fora da curva que nos colocaria noutro patamar d

A fauna exótica prospera em Brasília

A fauna exótica prospera em Brasília

Minha paranoia sempre volta quando ouço uma “otoridade” afiando as garras sobre meus direitos, o que ultimamente é a praxe. Quem viveu a ditadura sa

Gente de Opinião Terça-feira, 1 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)