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Leo Ladeia

Politica & Murupi - Argentina: los hermanos bajo nueva dirección


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Não foi só o discurso ultra libertário do candidato Javier Milei que conquistou o eleitorado argentino. Lá como aqui, a massa da população se move preferencialmente numa faixa de centro, afastando-se das promessas mágicas da esquerda de dar de graça o essencial para o pobre, como das promessas também mágicas da direita que foca o crescimento econômico e o mercado.

Ontem venceu um Javier Milei que havia perdido para Massa no segundo turno, mas que anteviu que o seu discurso moderno, interessante e incendiário não resultaria em votos. Um detalhe: após o primeiro turno Milei formou na surdina uma aliança com o ex-presidente Macri e com a ex-candidata derrotada no primeiro turno do pleito, Patrícia Bullrich. Assim, como não se faz omelete sem quebrar ovos, não se faz chibé sem farinha. É o exemplo que o nosso Brasil dividido politicamente entre a direita e a esquerda deverá adotar no futuro para sair da dicotomia do atraso entre estado mínimo e estado perdulário, um gigante na cobrança de impostos e um anão na eficiência de gastos. Torço pela terceira via com uma força de centro político civilizada, com as tendências à esquerda e à direita, mas sem ranço ditatorial e absolutista de qualquer espectro, como vimos com Bolsonaro e vemos hoje e novamente com Lula.

A vitória de Milei não mudará o divisionismo brasileiro, mas arrefecerá o discurso do comunismo versus fascismo que tomou conta do Brasil. Para adeptos do foro de São Paulo e dos camaradas e companheiros de esquerda um ensinamento importante: o povo sabe o que quer e já não se deixa manipular de forma tão desavergonhada como dantes, seja na Argentina, Brasil ou em qualquer país sério. Para a direita que parece ter perdido o pudor de se declarar como de direita será preciso ajustar o discurso e o tom do que querem para o brasileiro das classes médias e pobres, ausentes dos holerites do serviço público seja por  concurso público ou por indicações amigas. Certo é que até nos bolsões de miséria o dinheiro ajuda, mas já não compra o voto de forma descarada. A chuva de honestidade chegou também ao povo pobre e em condições ideais de temperatura e pressão, sem casuísmos eleitorais como em 2022, o povo elege o melhor para o país dando uma banana ao establishment. A prova está na última eleição: Bolsonaro obteve 58.206354 votos, Lula 60.345.999 - diferença de 2.139.645 ou 1.8% – ficando de fora 1.769.678 votos brancos, 3.930.765 votos nulos e abstenção de 32.200.558. É bom analisar essa conta de padaria.

O espectro da esquerda continua a sua marcha insensata sem preparar substitutos dentro do lulismo, enquanto o governo atual com o próprio Lula afunda num projeto que tenta o sucesso do passado sem fazer o “mea culpa” de erros pretéritos e atuais. Já a direita e/ou o espectro de centro-direita se debate na busca não só de nomes palatáveis via acordos e conversas, mas principalmente em busca do discurso que passe longe do “nós contra eles” para o confronto em 2026 e talvez encontre pois hoje, fechando um ano de governo Lula, lembrei-me do Caetano Veloso cantando a realidade de agora: “alguma coisa está fora de ordem”. O animal político Lula, perdeu a validade. Visivelmente irritado e atabalhoado passa essa mesma impressão aos que trabalham e o assessoram. Lula hoje não é nem a sombra do que já foi e perde muito em termos pessoais face o esforço que fez para eleger Massa. E tem mais, Trump vem aí.

A ascensão de Javier Milei é um duro golpe para a “izquierda brazuka” que lidera e apregoa o foro de São Paulo bem como para seus seguidores latino-americanos engajados no discurso vencido desde a queda do muro de Berlim em 1989, ainda que mantenham – registro por amor à – o entusiasmo e fervor como se fosse possível existir algum sistema político fincado em pilares da esquerda autocrática com representação democrática, algo tão impossível quanto misturar de forma homogênea água e óleo. O mapa de hoje, à primeira vista mostra a esquerda com uma área, porém é preciso analisar o peso político de cada nação, suas relações no concerto mundial, suas economias e as suas populações. Simples assim.    

Os próximos dias serão cruciais para o estabelecimento das relações internas da Argentina e externas principalmente com a América Latina. Um exercício de diplomacia costurada com fios de ouro, cera de abelha e óleo de avestruz já que o mapa indica que pisaram no freio dos vermelhos latino-americanos.  

 

                2-O ÚLTIMO PINGO

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O Brasil começou a mexer na cristaleira mas já quebraram algumas taças de cristal e biscuits de louça. Sêo Celso Amorim dublê de aspone e curioso de diplomacia internacional, intercontinental e intergaláctica disse que agora cm Milei é precio salvar o Mercosul. Acho que se esperar por Milei o Mercosul se afoga antes de jogarem a boia. Já Sêo Pimenta – não o de Rondônia – o de comunicações de Lule foi à boca do palco e discursou para o bilheteiro e o eletricista do teatro, os únicos no teatro: “Eu não ligaria, só depois que ele ligasse para me pedir desculpas. Ofendeu de forma gratuita o presidente Lula. Cabe a ele o gesto, como presidente eleito, de ligar para se desculpar. Depois que acontecesse isso, eu pensaria na possibilidade de conversar”. Pimenta no uropígio dos outros é refrigério. Aí o Zé de Nana preocupado comentou: “É capaz do Milei renunciar ou até se matar”. Vixi...

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