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Lente Crítica

Cinema em casa


No filme “Acima de qualquer suspeita” há um rápido e belo momento em que o ator Harrison Ford interpretando um promotor de justiça acusado de assassinato, dirige-se ao seu advogado de defesa – Raul Julia – e diz “sou inocente”. De imediato e sem que o seu defensor tenha feito qualquer comentário, o Harrison Ford pede desculpas pelaCinema em casa - Gente de Opinião bobagem que falou. Na sequencia do filme o assunto ainda volta à baila e de novo o promotor fala para sua esposa do diálogo com o advogado e do seu constrangimento. Pausa para a pipoca e voltando a Porto Velho.

Fechando uma semana de Operação Termópilas, o que vi, li e ouvi pela mídia, por seus atores principais, pelos coadjuvantes e/ou prepostos agentes políticos, públicos e partidários, as juras de inocência fariam corar por cem mil vezes o promotor Rusty Sabich do filme citado. Nenhum pedido de desculpas, porém saiu das bocas normalmente ávidas por falar, já que a nobre atividade de suas excelências assim exige. Nada. Nem mesmo um americanizado “sorry” pela jura de inocência ou um “desculpaê” pelo mal feito. Nadica de nada. Nem em bom baianês.

Dos acusados um pouco da vida criminosa. Alguns foram bafejados pela sorte desde o berço. Possuem a contumácia no delinqüir, ainda que nunca tenham sido pegos com a boca na botija. Outros fazem estréia na área da patifaria pública – e é provável que se achem os reis do azar – por terem sido flagrados na primeira vez. Os outros são os desavergonhados reincidentes que já criaram a casca grossa para encarar os processos judiciais.

Um pouco do que se pode esperar do processo judicial. Como a denúncia envolve autoridades, os processos “vão lá pra cima” e muito pouco ou quase nada será revelado, e mesmo assim em caso de sair alguma coisa será de forma cifrada, apenas com as iniciais dos nobres delinquentes, para não ferir prerrogativas de foro e o preceito constitucional de presunção de inocência. Ou seja, é bom não criar uma grande expectativa ou pequenas em excesso. Vá lá, a prisão, uma sentençazinha e estamos conversados.

Voltando ao filme, o promotor – que estranho para os nossos padrões – contrata um advogado e recebe ajuda de um velho amigo detetive. Fico devendo o final que é muito bom para atiçar sua curiosidade e vale a pena assistir. Pausa para arrumar a almofada e lá vamos nós até a ALE já que por aqui o filme não reserva qualquer surpresa. O final é conhecido de todos e a gente morre numa maca – alvíssaras – esperando o atendimento que não vem, num posto de saúde público qualquer, para não ceder à tentação de nominar o João Paulo II ou Hospital de Base.

Mais pipoca, mais guaraná e mais filme: “Todos os homens do presidente” do mesmo autor do anterior ou “Tropa de Elite II”? Os dois? Feito! Ambos têm a ver com nosso momento político.

 

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Fonte: Léo Ladeia - [email protected]
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