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Intereclesial

Povos indígenas presentes ao 12º Intereclesial


 
Mais de 80 representantes dos povos indígenas de tribos, não só da Amazônia como de todo o Brasil, estão presentes ao 12º Intereclesial. Eles começaram a chegar desde a semana passada e estão alojados na Escola Municipal São Miguel, na periferia de Porto Velho.

Homens, mulheres, crianças, com corpos pintados e enfeites na cabeça, representam 38 povos diferentes e falam diversas línguas. Os que não comunicam em suas línguas ou em português se relacionam, através da linguagem do amor e do respeito. Uma sabedoria que exercitam no seu cotidiano, nas matas e nos rios, diante dos animais e das diferentes árvores, onde sempre conviveram em harmonia. Povos indígenas presentes ao 12º Intereclesial  - Gente de Opinião

As salas de aula se transformaram em dormitórios, masculinos e femininos, mas as redes, onde a maioria prefere dormir, estão espalhadas pelas varandas e embaixo das árvores – espaço do recreio das crianças da escola.

Esta idéia de reunir os índios num mesmo espaço está sendo coordenada pelo CIMI (Conselho Missionário Indigenista) e já foi experimentada com sucesso durante o Fórum Social Mundial no início do ano, em Belém do Pará.

Na tarde de segunda feira, depois da sesta, os índios receberam um grupo de jornalistas representantes do Porantim, da revista Missões e do Verbo Divino – responsável pelo DVD do 12º Intereclesial. Uma grande roda foi formada no ambiente fresco à sombra de quatro enormes fícus.

Na parede, as faixas ilustravam o objetivo da luta dos nossos indígenas: “Não queremos construções de barragens ou rodovias próximas as nossas terras”, “Preservação sim e desenvolvimento sustentável para as próximas gerações”, “Terra, resistência, luta”.

Uma celebração iniciou com hinos e danças da caminhada e de matriz indígena. Depois as apresentações, o acolhimento com palmas carinhosas, e uma pequena mostra da arte musical de nossos irmãos indígenas: música tocadas com flautas de mais de metro, outras menores feitas com chifre de boi, outras de tamanho médio combinando a longa com a curta, além de som dos tambores a partir de troncos ocos. A celebração terminou com um solo de flauta de madeira semelhante às usadas pelos indígenas da Bolívia e do Peru.

Uma irmã do CIMI explicou que os índios que vivem nas fronteiras com os países latino americanos não reconhecem essas linhas que dividiram seus povos.

Durante todo o Intereclesial esses índios estarão participando das celebrações e dos debates, espalhados pelos 12 diferentes grupos, que receberam nomes dos rios da Amazônia. Ao lado dos quase 300 delegados de todo o Brasil, eles estarão reunidos nas escolas, sob a coordenação de 12 paróquias e igrejas de Porto Velho, para discutir os grandes temas desse encontro: “Cebs, ecologia e missão”. E mostrar com sua própria vida e história de seus povos como “do ventre da terra, pode-se ouvir o grande grito que vem da Amazônia”. 

Fonte: Ascom/Intereclesial

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