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História

De Porto Esperidião à Guajará-Mirim


 
Para os jovens de Rondônia, Costa Marques é o Município desse Estado no qual está localizado o histórico Forte Príncipe da Beira. Mas antes de dar nome ao Município de Costa Marques, Esperidião Marques foi o antigo nome de Guajará-Mirim. 

A figura do engenheiro Manoel Esperidião da Costa Marques tem uma história que vai além da epopeia colonizadora regional da Amazônia. Não é por acaso que, além de dar nome cidade, porto, cachoeira, escolas e ruas, Esperidião Marques também tem o sangue de Rondon – sua mãe era Augusta Nunes Rondon, casada com o tenente-coronel Salvador da Costa Marques. 

Esperidião Marques, como ficou mais conhecido, nasceu em Poconé (MT) em 1859. Aos nove anos, elaborou a maquete em argila de toda sua cidade, com praças coretos e jardins, ruas e avenidas, casas, solares e casebres, becos e ruelas, rios e acidentes geográficos, granjeando elogios gerais. Era a veia do engenheiro que transparecia. Com 17 anos, passa a escrever crônicas no jornal de Cuiabá. E aos 18 anos, com um grupo de amigos, saíra em uma expedição exploratória em pequenos afluentes do Pantanal. 

Depois da exploração do Guaporé (1896–1898), retornou à região no período 1901–1903 em missões para levantar o potencial econômico e extrativista da região, criar os postos fiscais de arrecadação do Estado. 

A missão de Cândido Rondon estendeu linhas telegráficas pela região estudada por Costa Marques. A linha de Cáceres a Mato Grosso, depois Vila Bela da Santíssima Trindade, foi inaugurada em 21 de fevereiro de 1908 e de seu percurso fazia parte a estação de Porto Salitre. Como o engenheiro Costa Marques morreu de malária, em 18 de abril de 1906, Cândido Rondon pensou em homenageá-lo dando ao Porto Salitre o nome de Porto Esperidião, que seria oficializado em 1920.

Depois de seus estudos sobre viabilidade ferroviária, Marques, em fins de dezembro de 1905, promovia o levantamento hidrográfico da região e fazia a fiscalização nos postos de arrecadação de tributos. Posando em Santa Fé depois de conhecer o Real Forte Príncipe da Beira, contraiu a “febre palúdica”. 

Na atual Rondônia, Porto Esperidião se tornou distrito em 26 de junho de 1.922 e vila em 12 de julho de 1926, mas ao ser elevada à categoria de cidade, teve o nome alterado para Guajará-Mirim, sede do Município do mesmo nome, criado pela Lei nº 991 de 12 de julho de 1928, expedida por Mário Correa, governador do Mato Grosso. 

Já também como parte de Rondônia, em 1981, foi criado o Município de Costa Marques, recuperando a homenagem feita a Esperidião Marques na denominação da antiga vila de Guajará-Mirim. 

Fonte: Carlos Sperança

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