Sábado, 10 de abril de 2010 - 15h02
Mais conhecidas por seu papel na consolidação do ciclo cafeeiro, as “casas comissárias” também tiveram um papel decisivo na história da Amazônia. Elas representaram, a rigor, a introdução e a afirmação do capitalismo nos principais segmentos da economia nacional.
Na Amazônia, como fariam com os colonos imigrantes no Sudeste, as casas comissárias lidavam ao mesmo tempo com produtos e gente: foram elas que organizaram a atração de seringueiros e outros trabalhadores da floresta, para trabalhar no extrativismo ou em obras de estrutura.
Onde os comissários estavam, imperava o luxo, a ostentação e a riqueza. Suas casas se localizavam nos prédios mais imponentes e importantes, por vezes até cedendo espaço a prefeituras e câmaras municipais, convivendo com o poder de forma fácil e conveniente.
A casa comissária fazia o papel do intermediário entre as regiões fornecedoras de mão-de-obra e as fazendas locais necessitadas de mão-de-obra e os clientes estrangeiros, ávidos pelos produtos brasileiros – borracha e café, por exemplo.
Antes das casas comissárias, os produtos saíam da região produtora pelas mãos dos primeiros intermediários, geralmente da própria região, que mais tarde seriam substituídos pelas casas comissárias, controladas por capitalistas estrangeiros, transitando, como tudo, do controle português ao inglês.
Levados em lombo de burros ou em carros de boi até a estrada mais próxima, localizada nas propriedades dos líderes políticos da época, os produtos chegavam aos portos, onde estavam em geral às casas comissárias para fazer a expedição aos seus clientes ou receber colonos provenientes do exterior.
As casas comissárias, além de atuar no comércio, também se dedicaram a atividades que mais tarde seriam hegemonizadas pelos bancos, como financiar plantações sob hipoteca e por conta da produção a ser vendida.
Um dos elementos de fortalecimento das casas comissárias foi à abolição dos escravos. Os fazendeiros se viam às voltas com os encargos de pagar salários, obrigação desconhecida no tempo da escravatura. Foi assim, por exemplo, que o Conde do Pinhal (Antônio Carlos de Arruda Botelho), sentindo os novos ventos que sopravam sobre o Brasil, ainda antes da abolição deu alforria aos escravos e vendeu o que tinha para fundar o Banco de São Paulo e a Casa Comissária Arruda Botelho.
Fonte: Carlos Sperança
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