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A maldição do divisionismo


Até o caro leitor, que acaba de chegar do Paraná, do Nordeste ou de outro quadrante do Brasil, deve ter percebido. Acaba de chegar numa cidade (falo de Porto Velho) dividida por facções políticas, religiosas etc. Existem “contras” para tudo. Seja contra hotel cinco estrelas no centro, a um shopping bonito demais, ao aeroporto novo, sem pavimento superior. Apresente-se com qualquer proposta, e já virão os “contras” para infernizá-lo!
O surgimento de Porto Velho, com a epopéia da Estrada Madeira- Mamoré, é a raiz do nosso divisionismo. A necessidade da construção da ferrovia do diabo, ligando Porto Velho a Guajará Mirim, uma exigência boliviana no Tratado de Petrópolis, atraiu trabalhadores das mais diferentes regiões do planeta. Se naquela época um barbadiano tinha dificuldade de se entender com um chinês, um irlandês com um português, um africano com um inglês e todos puxavam a brasa para sua sardinha, como uma aldeia de gauleses, eis que nos tempos de 2007 DC, o DNA de nossos precursores continuam gritando mais alto.
Lembramos o Oriente Médio dividido, temos um naco de influência inglesa, alguma coisa dos costumes herdados dos barbadianos. São ingredientes que nos empurram para o desentendimento e a nossa eterna desunião.
Até pouco tempo com uma população majoritariamente da gema e com influencia amazônica e nordestina, de uns tempos para cá, a migrantes sulistas chegaram a Porto Velho aos milhares, alterando hábitos e aumentando ao divisionismo que já existia. Já se vê gaúcho tomando tacacá e rondoniense apreciando chimarrão.
No campo político temos um racha profundo. Amamos ou odiamos nossos governantes. O próprio colunista que vos fala, sempre que pode, adota a linha de “se hay gobierno, soy contra”. Talvez seja um tataraneto de algum ferroviário que participou da revolta da chibata, narrada pelo falecido Amizael em seus livros, que conta sobre o corridão que um superintentente da época (o equivalente a um prefeito atual) tomou da população indignada com sua administração.
Em Porto Velho todo mundo se posiciona até numa briga de inspetores de quarteirão. Até a eleição de um sindicato aqui é motivo para disputa acirrada, para um confronto. Imaginem então uma eleição para prefeito ou ao governo? Todo mundo se envolve a favor ou contra e durante meses Porto Velho se transforma num palco de intrigas sórdidas, de calúnias, de mar de lama. É o nosso eterno divisionismo... 
Fonte: Carlos Sperança
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