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Esporte

Um quinto dos atletas brasileiros em Londres são militares


Eles somam 51 esportistas de um total de 259, segundo o Ministério da Defesa, e devem competir em 12 modalidades, entre elas atletismo, esgrima, tiro, natação, pentatlo, judô e taekwondo.

 A grande quantidade de "atletas militares" se explica pelo Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento nas Forças Armadas iniciado pelo governo brasileiro em 2008.

O general de divisão Fernando Azevedo e Silva disse à BBC Brasil que o programa foi criado para fortalecer a equipe brasileira para a 5ª edição dos Jogos Mundiais Militares, realizados no ano passado no Rio de Janeiro.

No entanto, o projeto também visava inicialmente à preparação de atletas para as Olimpíadas de Londres e os Jogos de 2016 no Brasil.

Segundo Silva, o objetivo das Forças Armadas com o programa é fortalecer o esporte de forma geral no país. "Além disso, a rigidez física faz parte da formação militar e o esporte é a atividade que mais se aproxima do combate em tempos de paz", afirmou.
 

Militares voluntários

Os atletas chegam ao Exército e à Marinha através de concursos para preencher vagas de sargento ou marinheiro temporário especialista em atletismo de alto rendimento.

Mas na prática, esses novos militares terão somente a função específica de atuar em competições esportivas.

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Forças Armadas recrutam atletas voluntários para atuarem em competições militares

Todos os participantes do programa são voluntários. Eles passam por um processo de seleção no qual a participação em competições internacionais e as medalhas já conquistadas na carreira são transformados em pontuação.

Os que obtêm as melhores notas nesta fase são alistados e recebem um treinamento militar básico, que dura em média três semanas.

A partir daí, os atletas têm direito a receber um soldo e assistência médica e a utilizar as instalações esportivas militares, principalmente os complexos construídos no Rio de Janeiro para os Jogos Mundiais Militares.

O lutador de taekwondo Diogo Silva, uma das esperanças brasileiras de medalha nos Jogos de Londres, entrou para a Marinha em 2009.

"Eu tinha interesse em ter uma segurança financeira. Como o esporte tem altos e baixos, queria ter os benefícios de um funcionário público e ao mesmo tempo trabalhar em uma instituição que valoriza o esporte", disse à BBC Brasil.

Segundo ele, o processo de adaptação à vida militar foi fácil, pois seu esporte tem origem militar. Ele disse ainda que "o contato com o ambiente da Marinha com sua cultura e tradição foi muito positivo para sua vida pessoal".
 

Hinos e marcha

Mas Silva afirma que sua rotina não mudou muito. Embora a base à qual está vinculado fique no Rio de Janeiro, ele continua morando e treinando em São Paulo e vai à cidade apenas para fazer exercícios específicos e participar de cerimônias militares.

Sua vinculação à Marinha também não impede que receba patrocínios e, eventualmente, seja remunerado pela participação em campanhas publicitárias.

Já a judoca Sarah Menezes, que também compete em Londres, diz que desde que se alistou à Marinha tem que informar à corporação onde está e o que faz.

"Tenho que mandar presença semanal para eles por e-mail e estar sempre em atividade. E tenho que ir no quartel sempre que eles me mandam comparecer por lá", disse à BBC Brasil.

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Diogo Silva treina em São Paulo mas se apresenta periodicamente em base naval no Rio

Sarah se alistou à Marinha em 2009, através de uma parceria da Confederação Brasileira de Judô, em preparação para os Jogos Mundiais Militares. Mas ela afirma que, sem o apoio militar, não teria conseguido a vaga olímpica.

Segundo a atleta, os valores do esporte e das forças armadas são semelhantes. No entanto, ela sentiu a diferença durante o treinamento que recebeu para se tornar marinheira.

"Fizemos todas as tarefas que eles exigem para se tornar militar no curso do CEFAN (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes) no Rio de Janeiro. Tínhamos que passar pelo processo deles, tipo acordar cedo todos os dias, organizar o quarto, ir para fila, cantar hinos, marchar."

De acordo com o general Silva, alguns atletas também procuraram a carreira militar de olho no suporte médico ou por gostar da profissão, além da estabilidade financeira.

Atualmente, a Marinha e o Exército mantém cerca de 300 atletas de alto rendimento. De acordo com oficiais militares, esse contingente não deve sofrer grandes alterações até as Olimpíadas de 2016.

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