Domingo, 30 de novembro de 2025 - 14h12

O
esporte ocupa um papel fundamental na sociedade contemporânea, seja como
atividade física, entretenimento ou fenômeno cultural. Mas, para pessoas com
deficiência, sua importância ultrapassa essas fronteiras: torna-se ferramenta
de inclusão, autonomia, saúde e, acima de tudo, de afirmação de
potencialidades. Em um país ainda marcado por desafios de acessibilidade,
preconceito e desigualdade, o esporte surge como um dos caminhos mais eficazes
para promover cidadania.
Nas
últimas décadas, o número de brasileiros com deficiência que encontraram no
esporte uma forma de superar barreiras tem crescido. Este movimento é
impulsionado tanto pelo aumento da oferta de projetos sociais quanto pela maior
visibilidade das modalidades adaptadas. Da natação ao atletismo, do basquete em
cadeira de rodas ao goalball, cada prática oferece benefícios específicos, mas
todas carregam uma característica comum: a capacidade de transformar vidas.
Para muitas pessoas com deficiência, a prática esportiva tem impacto direto na qualidade de vida. Atividades de baixo, médio ou alto impacto contribuem para o fortalecimento muscular, melhora da mobilidade, equilíbrio e coordenação motora. Em casos de deficiências adquiridas, o esporte também funciona como parte do processo de reabilitação, ajudando o corpo a readaptar-se à nova realidade.
No
campo mental e emocional, os benefícios são igualmente significativos. A
prática esportiva reduz sintomas de ansiedade e depressão, promove sensação de
pertencimento e oferece um espaço seguro de convivência. Para pessoas que
sofreram estigmatização social, o esporte pode representar um retorno à
autoestima. A vitória, nesse contexto, não se resume ao pódio — muitas vezes,
ela está no simples ato de conseguir realizar movimentos que antes pareciam
impossíveis.
Em
muitos casos, a prática esportiva funciona como ponte entre o indivíduo e a
sociedade. Crianças com deficiência, por exemplo, encontram no esporte um
ambiente que incentiva cooperação, comunicação e confiança. Para adultos, abre
portas para oportunidades que vão desde o trabalho até a participação ativa em
eventos culturais e esportivos da comunidade.
E
embora as grandes competições internacionais não sejam o foco central deste
debate, a representatividade desempenha papel importante. A cada quatro anos, as
Paralimpíadas ganham grande repercussão por mostrar ao mundo histórias de
superação e excelência esportiva. Para muitos jovens brasileiros com
deficiência, ver atletas paralímpicos em ação não é
apenas entretenimento: é inspiração.
Esses
avanços mostram que o esporte não beneficia apenas os praticantes, mas
movimenta uma economia paralela, envolvendo treinadores, fisioterapeutas,
fabricantes de equipamentos adaptados, organizadores de eventos e instituições
de saúde.
Até
mesmo o mercado de apostas esportivas, que cresce no Brasil com plataformas
onde é possível apostar a partir de 10 reais,
ocasionalmente inclui competições adaptadas em suas plataformas. Isso demonstra
o quanto o esporte paralímpico tem ampliado sua presença na cultura esportiva
nacional.
As
políticas públicas destinadas ao esporte inclusivo ainda são insuficientes.
Embora existam iniciativas federais e estaduais, muitas dependem de editais,
verbas temporárias ou parcerias privadas. A falta de continuidade dificulta a
manutenção de projetos que, muitas vezes, funcionam como única opção de prática
esportiva para diversas comunidades.
Profissionais
especializados em esporte adaptado também são escassos. Treinadores,
preparadores físicos e fisioterapeutas precisam de formação específica, que
ainda não é amplamente ofertada nas universidades brasileiras.
Talvez o maior testemunho do valor do esporte para pessoas com deficiência esteja nos relatos pessoais. Histórias de crianças que encontraram independência ao ingressar na natação. De adultos que, após acidentes, reencontraram no basquete em cadeira de rodas um novo sentido de pertencimento. De idosos com deficiência física ou visual que descobriram no atletismo uma forma de manter a autonomia e a saúde.
Essas
narrativas, multiplicadas ao longo dos anos, mostram que o esporte vai muito
além do desempenho físico: ele representa liberdade, dignidade e possibilidade.
O
desafio agora é ampliar acesso, fortalecer políticas públicas e garantir que
mais pessoas possam vivenciar o impacto positivo que o esporte é capaz de
gerar. Se o Brasil deseja ser um país mais inclusivo, é impossível imaginar
esse caminho sem colocar o esporte adaptado no centro da conversa.
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