Segunda-feira, 2 de junho de 2014 - 18h59
A curiosidade é de todos, mas o privilégio é de poucos. Erguê-la, como fez o capitão Bellini pela primeira vez em 1958, é algo permitido a campeões mundiais e a chefes de Estado como a presidenta Dilma Rousseff, que repetiu o gesto de levantar a taça a dez dias da Copa do Mundo da FIFA 2014, na tarde desta segunda-feira (02.06), no Palácio do Planalto.
“Curiosamente ela tem as cores verde e amarela. Por isso, diante dessa taça, sempre vamos imaginar que ela será levantada por uma seleção no Maracanã, o templo do nosso futebol. Para nós, brasileiros, é impossível deixar de sonhar que a seleção a levantar a taça seja a seleção brasileira”, disse a presidenta.
No momento simbólico, a presidenta contou com a ajuda de alguém que já está acostumado com o brilho, o peso, a beleza e a alegria que envolvem o cobiçado troféu.
“É linda, maravilhosa, e eu tenho certeza de que os meninos vão fazer bem feito dentro de campo para que essa belezura fique conosco”, disse o pentacampeão Cafu, responsável por levantá-lo na última conquista brasileira, em 2002, na Copa da Coreia do Sul e do Japão.
O presidente da FIFA, Joseph Blatter, acompanhou o gesto de perto, assim como o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e várias olhares hipnotizados: filhos e filhas de funcionários do Palácio do Planalto, com albuns de figurinhas embaixo dos braços e celulares e maquinas fotográficas nas mãos, ficaram encantados pelo brilho da taça. Todos, menos uma pequena fã do Neymar que, com sua mini-camisa 10, fez pose diante do troféu e arrancou sorrisos das autoridades, como de Aldo Rebelo.
“Eu creio que o país anfitrião tem o momento de recepcionar a taça e a presidenta Dilma, ao fazer esse gesto, é como se instalasse oficialmente a Copa do Mundo 2014 no Brasil”, disse o ministro.
No discurso proferido antes de levantar a taça, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o país está preparado para receber a 20ª edição da Copa do Mundo.
“Estamos preparados para oferecer ao mundo um maravilhoso espetáculo, acrescido da alegria, do respeito e da gentileza característica do povo brasileiro. Nós sabemos que estamos prontos, os estádios estão prontos. E os torcedores que já os conheceram sabem que são modernos, confortáveis e seguros”, disse a presidenta.
Dilma Rousseff acrescentou que os aeroportos brasileiros vão dar conta da demanda adicional prevista para o período do Mundial e destacou a preparação do país na área de segurança.
“Aos brasileiros e aos estrangeiros que nos visitarem, asseguro que a estrutura de segurança que organizamos vai proporcionar a tranquilidade necessária para aproveitar os jogos, as festas e os passeios, para conhecer as nossas belezas. Nós somos um país democrático, que respeita a liberdade de manifestação e de expressão, um país que a valoriza, e que também é capaz de preservar os direitos da maioria que quer assistir aos jogos, quer confraternizar e comemorar”, acrescentou.
A luta contra o racismo durante a Copa no Brasil foi reforçada tanto por Dilma Rousseff quanto pelo presidente da FIFA durante a solenidade.
“A vigésima Copa do mundo da FIFA vai ser uma plataforma também para lutar contra a discriminação de qualquer tipo e em particular o racismo" , disse Joseph Blatter.
“A todos os brasileiros e estrangeiros, eu convido a serem parceiros na realização de uma Copa sem racismo, pela paz, sem discriminação, uma Copa na qual o futebol se mostra sempre, mais uma vez, um extraordinário instrumento para nos ajudar a disseminar os valores do entendimento, do diálogo, da paz e do respeito entre nós", complementou a presidenta.
O tema também foi comentado pela ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros. “O futebol é muito importante para o combate ao racismo porque é a área da vida social onde a diversidade racial tem sido um valor fundamental e, no caso brasileiro, talvez seja até a causa da excelência no futebol. Vamos pensar esse momento da Copa sem racismo também como uma sociedade sem racismo”, disse.
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