Segunda-feira, 19 de julho de 2010 - 17h33
Porto Velho é uma das capitais
que mais cresce na Amazônia
Numa clara demonstração de confiança de quem sabe o que faz e o que diz, o prefeito Roberto Sobrinho recebeu a equipe de reportagem da Rede Globo de São Paulo, para uma entrevista sobre vários assuntos. O repórter Alberto Gaspar, a produtora Bárbara Boom, o repórter cinematográfico Laércio Domingos e o auxiliar Rubens Camargo, fazem parte da equipe que está cobrindo a região norte do país, abordando vários temas que foram transformados em uma série de reportagens especiais para o Jornal Nacional, tratada pela emissora de Amazônia Urbana.A entrevista deve ir ao ar, nesta terça feira, 20/07.
O tema principal é a transformação pela qual vem passando várias capitais, nos últimos anos. Porto Velho está entre as capitais que vem passando por muitas mudanças, a começar pela quantidade populacional que aumentou e muito, e com as conseqüências de todas estas transformações, desde os engarrafamentos no trânsito, características das grandes cidades, até o aumento nos índices da violência. Mas, tudo isso tem uma explicação e um lado bom, diz o prefeito Roberto Sobrinho.
"A cidade está expandindo, aumentando a população, aumentando os problemas, mas este ainda é o melhor momento já vivido pela população da nossa capital. Os ciclos em Porto Velho sempre estiveram ligados a grandes momentos, foi assim com o ciclo da borracha, da Estrada de Ferro, do garimpo e agora com a vinda das hidrelétricas", disse o prefeito antes de começar a responder as perguntas.
Repórter: Porto Velho passou a receber muitos recursos do PAC, vieram as contrapartidas das empresas construtoras das hidrelétricas. É um momento econômico muito bom para a cidade?
Roberto Sobrinho: Sem dúvida é um dos melhores momentos, como eu já disse, mas há também o lado negativo, mas que é preciso entender o seguinte: aumentam os índices da criminalidade porque a população ficou maior, mas não que o povo daqui seja violento. Aumenta a demanda na saúde, mas não porque aqui se tenha mais riscos, é que com o aumento da quantidade de pessoas, a procura pelas nossas unidades de saúde também aumentou. Para isso, reformamos, ampliamos e reequipamos a maioria das unidades, que hoje atende com ultra-som, eletrocardiograma e desfibrilador, além de laboratórios para exames. Nos últimos meses, nós já contratamos mais de 500 novos profissionais para a área da saúde entre técnicos, enfermeiros e médicos.
Repórter: E como a prefeitura está resolvendo esse aumento da demanda nas escolas também?
Roberto Sobrinho: Nós fizemos algumas parcerias, entre elas, com as associações de bairros, com as igrejas, alugamos salas e estamos contratando mais professores, fizemos inclusive um novo concurso e já começamos a chamar os aprovados. Na educação, nós recebemos cerca de 1.500 a 1.800 crianças todos os anos. Neste ano, nós matriculamos mais de 4.000 novos alunos, sendo que destes, mais de 1.500 foram somente para as escolas rurais. O tempo para liberação dos recursos é longo e as urgências, quando aparecem são para serem resolvidas, ontem. O que é importante ressaltar é que vem dinheiro das contrapartidas das hidrelétricas para a construção de novas escolas, mas o custeio, ou seja a manutenção destas escolas, salários dos professores, manutenção a partir do funcionamento, é tudo com a prefeitura.
Repórter: E o transporte para todas estas crianças?
Roberto Sobrinho: Quando nós iniciamos o primeiro mandato, em 2005, a prefeitura transportava 2.500 alunos. Hoje, está transportando 9 mil alunos, em ônibus e barco. A prefeitura ampliou a frota do transporte escolar da Capital com mais 19 ônibus e 13 barcos. Os veículos vão melhorar o atendimento em áreas em que houve um incremento de novos alunos. Agora, a prefeitura faz o transporte de mais de 9 mil estudantes em Porto Velho, com uma frota de 75 ônibus, 67 voadeiras e 1.200 bicicletas.
Repórter: Porto Velho é um das poucas capitais da região Norte a fazerem parte do PAC. A cidade também está recebendo uma atenção especial do Governo Federal?
Roberto Sobrinho: Digamos que deixa a nossa administração numa situação bastante confortável. O volume de recursos do PAC para Porto Velho está em torno de 800 milhões de reais e nós já incluímos a capital no PAC 2, previsto para o próximo ano, que deve conremplar obras voltadas para a mobilidade no trânsito. O primeiro PAC foi mais voltado para a habitação e com esses recursos nós estamos construindo casas e apartamentos para famílias carentes ou em situação de risco, projetos como a construção de milhares de unidades habitacionais que já estão em fase de acabamento.
Repórter: Há um levantamento que aponta um aumento populacional de 50 mil pessoas em Porto Velho, isso é verdade?
Roberto Sobrinho: Veja bem, nós hoje estamos convivendo com três estimativas diferentes. O primeiro levantamento, apontado pelo EIA/RIMA, Estudo do Impacto Ambiental do Rio Madeira, anunciado pelas empresas construtoras e que serviu de base de cálculo para as contrapartidas, era de 50 mil novos habitantes. Depois, uma pesquisa realizada pela prefeitura de Porto Velho, revelou que chegaram mais de 100 mil pessoas a capital. Agora, o Ministério Público está apontando um crescimento de cerca de 150 mil novos moradores para a cidade. Eu creio que deve ficar em torno disso no pico da obra, em 2011.
Repórter: Porto Velho também foi descoberta pelas grandes empresas, muitas indústrias e fábricas já chegaram por aqui?
Roberto Sobrinho: É verdade. Nós temos hoje um grande interesse das novas empresas e elas não vem só para ganhar dinheiro, porque nós também teremos um grande retorno. Significam mais empregos e aumento na arrecadação, o que é muito bom para o município. Hoje nós já temos por aqui a Votorantim, o Carrefour, os Shoppings, além da expansão das empresas que já eram daqui, como o Gonçalves, a Coimbra, enfim, são mais de 20 bilhões de investimentos na nossa economia.
Repórter: E Porto Velho também foi descoberta pelos outros estados. Muita gente está vindo procurar emprego aqui?
Roberto Sobrinho: Na verdade, a quantidade de novos profissionais de outros estados ainda é pequena. Temos alguns "barragistas" (pessoas que trabalham de obra em obra pelo país), mas o fato é que o País virou um canteiro de obras com o Programa de Aceleração do Crescimento, e muitos destes profissionais têm obras no seu próprio estado, então não há uma corrida desenfreada. O que acontece é que muitas pessoas do interior, que estavam desempregadas estão realmente vindo para a capital.
Repórter: O setor imobiliário,está conseguindo acompanhar esta demanda sobre a procura por imóveis na capital?
Roberto Sobrinho: Este setor está vivendo um grande momento. Na realidade segundo as informações dos próprios empresários do setor imobiliário é que com o advento das Usinas, o setor teve um crescimento de 100% nos aluguéis e de 50% a 70% para compra e venda de imóveis na capital.Para quem tem seu imóvel disponível para alugar, isso é significativo no momento em que valoriza os seus bens.
Repórter: Tudo por aqui acabou se tornando de grandes proporções. Com isso vieram também novas oportunidades de emprego??
Roberto Sobrinho: Sem dúvida. Para enfrentar um dos maiores reflexos da construção das usinas na área social, que é o aumento da população da capital, a prefeitura de Porto Velho, através da secretaria municipal de Assistência Social,está incrementando o setor da qualificação profissional, investindo nas pessoas que tem interesse em entrar no mercado de trabalho, nas mais diversas áreas. Para você ter uma idéia, o SINE Municipal, órgão da prefeitura de Porto Velho, encaminhou cerca de 3.000 pessoas para postos de empregos. Desse total, 1.500 conseguiu vagas no setor formal, como construção civil, comércio e área administrativa. Os demais foram encaminhados para o setor informal. A meta agora é dobrar esses números.
Repórter: O trânsito em Porto Velho também passa por transformações?
Roberto Sobrinho: É inevitável. Com a construção das hidrelétricas, o que gerou a grande quantidade de novos munícipes, a capital teve que se adaptar também aos novos problemas de cidade grande, como os congestionamentos no trânsito devido ao aumento de carros na cidade. Mas nós temos que considerar também que a condição econômica das pessoas está melhorando e quem pode, está comprando um carro. Mas a prefeitura também está investindo para melhorar o trânsito da capital. Com recursos do Governo Federal, veio a construção dos viadutos que é mais uma das alternativas, criando uma nova opção de tráfego para a população. A ampliação das ruas da capital também foi outra solução encontrada pela prefeitura que só no ano passado asfaltou 80 km na área urbana e esse ano deve asfaltar mais 120km. As aberturas de ruas, como a Pinheiro Machado e Sete de Setembro, ações que vão ser somadas a outras como a contratação de agentes de trânsito, a construção de novas marginais, a implantação do "Arco Norte", o estacionamento rotativo, tudo isso faz parte de um conjunto de medidas que estamos adotando para melhorar o trânsito da capital.Porto Velho tem hoje cerca de 140 mil carros cadastrados. Outros investimentos no setor de transporte incluem sinalização de trânsito, placas de origem/destino e nomes de ruas. Também estamos trabalhando na modernização dos semáforos e no plano viário da capital.
Repórter: E o prefeito é da cidade ou da Floresta?
Roberto Sobrinho: (risos) Filho de mãe baiana, pai Alagoano, nascido em São Paulo e morando em Porto Velho hás 25 anos. Acredito que raízes, eu criei foi por aqui. Nesta terra que eu escolhi para viver.
Fonte: Nara Vargas
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