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Eleições 2012

Voto flutuante, um capital intransferível


Voto flutuante, um capital intransferível - Gente de Opinião
Abdoral Cardoso

A vitória maiúscula dos candidatos Lindomar Garçon (PV) e Mauro Nazif (PSB), no primeiro turno das eleições majoritárias em Porto Velho, expressa bem o amadurecimento político da maioria dos eleitores da capital de Rondônia e afere a cada um amplo grau de liberdade.

Uma parcela do eleitorado viu no evento chamado de “festa da cidadania” a oportunidade única de rechaçar os postulantes apoiados por influentes grupos econômicos da Capital e do interior do Estado.

A outra não votou no candidato a vereador “Sardinha”, que prometia varrer da política local os tubarões, mas também não votou na candidata da coligação encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores, ex-senadora Fátima Cleide.

Provavelmente, em retaliação ao atual prefeito da Capital, Roberto Sobrinho, cuja resistência em apoiar o nome de consenso de Fátima Cleide, no início das articulações, conseguiu transformar a tradição das prévias da legenda num “vertedouro” para sepultar nomes expoentes da Executiva Municipal somente comparável ao da usina hidrelétrica de Jirau, que em comparação ao primeiro nível da fundação da obra equivale a um edifício de 12 andares.

Sem as providências e soluções imediatas para solucionar problemas como o inchaço de Porto Velho, associado ao grande número de obras paradas na cidade, inclusive os “viadutos” inacabados financiados pelo governo federal, cresceu a rejeição de Roberto Sobrinho decisiva para a derrota petista.

Atormentado, diuturnamente, na busca de soluções para gerir impactos como a explosão demográfica, dificuldades de mobilidade humana, precariedade dos serviços de coleta de lixo, o antigo problema da falta de saneamento e pavimentação, e serviços de saúde ainda incipientes, Roberto Sobrinho caiu no descrédito e assistiu bem de perto à maior manifestação de voto de protesto de toda a sua trajetória político-partidária.

Não por omissão, pois não se pode afirmar que o prefeito em final de mandato foi negligente. Faltou-lhe, no entanto, o insite para escolher bem um núcleo pensante para o governo, capaz de planejar com base em projeções e estudos do novo ciclo migratório experimentado com a chegada de milhares de barrageiros e operários atraídos pela instalação de novas fábricas e indústrias no entorno do município, o novo modelo de gestão.

Práticas como a inauguração do novo terminal de passageiros do porto do Cai n’Água, o restaurante popular, o volume de investimentos em saneamento e asfalto na zona Leste, e até mesmo investimentos na área de saúde para execução da política que é de responsabilidades do gestor municipal, são alguns exemplos e exceções.

Talvez por isso, inconformado com o desempenho da candidata petista nas eleições municipais de Porto Velho, o secretário de comunicação social do Partido dos Trabalhadores, David Nogueira, tenha decidido postar o seguinte comentário em seu twitter: "Na política, o que se fala, onde e como se fala, sempre terá mais impacto do que aquilo que você efetivamente faz ou deixa de fazer".

Mais do que compreensível David. Difícil mesmo é convencer Mauro Nazif e Lindomar Garçon, que já anunciaram a dispensa de quaisquer apoio oficial dos dirigentes ou interlocutores do PT de Porto Velho para o 2º turno. A justificativa seria a mesma: a rejeição expressa pelo eleitorado da Capital ao gestor Roberto Sobrinho no 1º turno, embora interesse, sobremaneira, os votos qualificados da militância.

O blog está credenciado a afirmar, no entanto, que essa justificativa não prospera, pois o que os dois protagonistas do 2º turno não aceitam em gênero número e grau é fatiar os cargos do futuro governo.

Garçon e Mauro sabem de cor e salteado que nenhum interlocutor terá mais tempo hábil para influir na transferência dos cerca de 70 mil votos flutuantes atribuídos no 1º turno a Fátima Cleide (13) e Mariana Carvalho (45).

Aliás, a maioria tende a migrar é para Mauro Nazif, dia 28 de outubro, por ser o nome com maior densidade e afinidade com o segmento dos servidores públicos, uma categoria que ainda decide uma eleição majoritária, principalmente em uma cidade cuja força maior ainda é a “economia do contracheque”.

Malgrado outro raciocínio, os resultados alcançados por Mariana Carvalho, Fátima Cleide e Mário Português, que iniciaram a campanha com chances de passar ao 2º turno figuram agora apenas como estatísticas, e é bom que se diga que voto não tem partido e dificilmente quem perde consegue transferi-lo a outrem.

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