Sábado, 12 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Educação

OCDE: Jovens no Brasil trabalham mais e estudam menos


Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil

Gente de Opinião

Jovens no Brasil trabalham mais que estudam Wilson Dias/Arquivo Agência Brasil

O Brasil tem o maior índice de jovens que não estão estudando, em comparação com os países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e parceiros, diz o relatório Education at a Glance 2015: Panorama da Educação, lançado mundialmente hoje (24). Os dados mostram que no Brasil 76% dos jovens entre 20 e 24 anos estão longe dos estudos, enquanto a média dos demais países é 54%.

Os dados revelam ainda que a maior parte desses jovens está trabalhando:  52%. O índice de emprego entre as pessoas da faixa etária é também o mais alto entre os países. "Embora o fato de que esses indivíduos não estarem mais estudando seja motivo de preocupação, é importante notar que a maioria deles estava trabalhando em vez de estudando", acrescenta o relatório, com base em dados de 2013.

O Education at a Glance 2015: Panorama da Educação é a principal fonte de informações comparáveis sobre a educação no mundo. A publicação oferece dados sobre a estrutura, o financiamento e o desempenho de sistemas educacionais de 46 países, sendo 34 membros da OCDE, países parceiros e do G20. 

Em todos os níveis educacionais, o Brasil apresentou taxas de desemprego inferiores à média dos demais países. Em 2014, a taxa de desemprego entre os indivíduos de 25 a 64 anos era 4,5% entre aqueles com nível inferior ao ensino médio; 5,6%, com ensino médio completo e 2,9% com educação superior. As médias dos países da OCDE eram, respectivamente, 12,8%, 7,7% e, 5,1%.

Mesmo com as altas taxas de emprego, grande parte da juventude brasileira permanece entre os que nem estudam nem trabalham, grupo conhecido como “nem-nem”. Mais de 20% dos indivíduos de 15 a 29 anos estavam nesse grupo em 2013. A média da OCDE era 16%. O valor, no entanto, é semelhante ao de outros países latino-americanos como o Chile (19%), a Colômbia (21%) e a Costa Rica (19%).

Jovens estão estudando mais

 

O relatório mostra que as novas gerações têm avançado mais nos estudos em comparação com os mais velhos. O Brasil apresenta uma das maiores diferenças entre gerações: enquanto apenas 28% dos indivíduos entre 55 e 64 anos concluíram o ensino médio, o percentual aumenta para 61% entre os de 25 a 34 anos.

"De fato, se os padrões atuais se mantiverem, mais de 60% dos jovens brasileiros podem esperar concluir o ensino médio ao longo da vida", informa o texto. No geral, o índice de conclusão do ensino médio é aquém da média dos demais países.

Em 2013, 54% dos adultos com idade entre 25 e 64 anos não tinham completado o ensino médio no Brasil, o que é maior que a média da OCDE, de 24%.

Segundo a publicação, analisar as taxas de conclusão de diferentes gerações é uma maneira de observar o ritmo em que sistemas educacionais têm se expandido nos países.

O Brasil também aumentou a parcela da população com um diploma de ensino superior, "embora esse aumento venha ocorrendo em ritmo lento", diz o texto. Entre 2009 e 2013, a parcela da população com idade entre 25 e 64 anos que concluiu o ensino superior passou de 11% para 14%. O nível está abaixo da média da OCDE, de 34%, e das taxas de outros países latino-americanos, como o Chile (21%), a Colômbia (22%), a Costa Rica (18%) e o México (19%).

O que diz a lei no Brasil

De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado, o Brasil tem até 2024 para que pelo menos 33% da população de 18 a 24 anos estejam matriculados no ensino superior, sendo pelo menos 40% em instituições públicas. Atualmente, 14,6% dessa faixa etária estão no ensino superior. O país terá também que assegurar em dez anos que 85% dos jovens de 15 a 17 anos estejam no ensino médio. Atualmente, são 59,5%. 

A OCDE é uma organização internacional composta, em sua maioria, por economias com elevados Produto Interno Bruto (PIB) per capita e Índice de Desenvolvimento Humano, consideradas países desenvolvidos. Os representantes fazem o intercâmbio de informações e alinham políticas, com o objetivo de potencializar o crescimento econômico e colaborar com o desenvolvimento dos demais países-membros.

Gente de OpiniãoSábado, 12 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Governo de RO avança na Educação com reforma de escola no distrito de Vila Marcão em Alta Floresta

Governo de RO avança na Educação com reforma de escola no distrito de Vila Marcão em Alta Floresta

A escola municipal Boa Esperança, localizada no distrito de Vila Marcão, em Alta Floresta d'Oeste, na Zona da Mata, recebeu nesta quinta-feira (10),

Com apoio do Tribunal de Contas, Rondônia lidera a alfabetização de crianças na região Norte e conquista o 6º lugar no Brasil

Com apoio do Tribunal de Contas, Rondônia lidera a alfabetização de crianças na região Norte e conquista o 6º lugar no Brasil

Rondônia conquistou, em 2024, o melhor desempenho da Região Norte no índice nacional de alfabetização infantil. O estado ocupa o 6º lugar no ranking

Governo de RO realiza formatura de 800 estudantes no Proerd e reforça ações de prevenção às drogas e à violência

Governo de RO realiza formatura de 800 estudantes no Proerd e reforça ações de prevenção às drogas e à violência

Cerca de 800 estudantes do Ensino Fundamental de escolas de Porto Velho participaram, na quarta-feira (9), da formatura do Programa Educacional de R

Mulher de Fibra/IFRO seleciona alunas para cursos gratuitos de Operadora de Computador e Artesã em Biojoias em Porto Velho

Mulher de Fibra/IFRO seleciona alunas para cursos gratuitos de Operadora de Computador e Artesã em Biojoias em Porto Velho

A Pró-Reitoria de Extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (Proex/IFRO) está com inscrições abertas para dois cur

Gente de Opinião Sábado, 12 de julho de 2025 | Porto Velho (RO)