Quinta-feira, 16 de outubro de 2025 - 10h20
A rotina cada vez mais digital tem
transformado o modo como crianças se relacionam com o mundo e também como se
desenvolvem. O aumento do tempo diante de telas vem preocupando especialistas,
que apontam efeitos diretos sobre a concentração, o sono, a socialização e até
o desenvolvimento cerebral.
Diante dessa realidade, o IDOMED
FAMEJIPA iniciou neste mês de outubro, em Ji-Paraná, Rondônia, um projeto de
extensão voltado à conscientização sobre os impactos da exposição prolongada a
dispositivos digitais na infância e adolescência. A iniciativa, conduzida por
acadêmicos do curso de Medicina, transforma o mês das crianças em um convite à
reflexão sobre hábitos digitais e desenvolvimento saudável.
O professor Jeferson Salvi, docente do
curso de Medicina do IDOMED FAMEJIPA e responsável pela coordenação da
iniciativa, destaca a importância de aproximar a ciência do cotidiano das
pessoas, transformando o conhecimento acadêmico em diálogo acessível. A proposta,
segundo ele, é ampliar a compreensão sobre os efeitos do uso excessivo de telas
na infância e oferecer às famílias orientações claras e preventivas.
“Nosso objetivo é conscientizar
famílias, educadores e profissionais de saúde sobre os riscos do uso excessivo
de telas e sobre estratégias práticas para promover um uso saudável e
consciente. Queremos alcançar crianças e adolescentes como protagonistas do
autocuidado digital, mas também envolver pais e professores, que são
fundamentais na criação de hábitos equilibrados”, explica.
Por todo o restante deste ano, o
projeto irá realizar gratuitamente palestras interativas, oficinas educativas,
rodas de conversa e distribuição de materiais informativos em escolas e
unidades de saúde de Ji-Paraná e região.
Saúde mental na infância- A escolha do
mês de outubro para o lançamento do projeto não foi por acaso. Além de celebrar
o Dia das Crianças (12 de outubro), o período marca diversas ações voltadas à
saúde mental e à proteção da infância.
“Outubro é um mês muito simbólico.
Nosso propósito é transformar essa data comemorativa em uma oportunidade
educativa, levando informação e reflexão para fortalecer o desenvolvimento
saudável das crianças”, destaca Jeferson.
O professor observa que, embora o acesso
à tecnologia traga benefícios inegáveis para a aprendizagem e a comunicação, a
falta de limites claros e de mediação adulta tem ampliado os impactos negativos
na rotina das crianças, afetando o equilíbrio entre o tempo online e as
experiências reais. Essa percepção, segundo ele, foi um dos principais
motivadores para a criação do projeto, que busca traduzir o conhecimento
científico em ações práticas de educação e prevenção.
“Percebemos um aumento expressivo no
tempo de exposição de crianças a telas, especialmente após a pandemia. Muitos
pais, professores e profissionais de saúde têm relatado dificuldades de
concentração, distúrbios do sono e alterações comportamentais em crianças.
Diante desse cenário, vimos a necessidade de uma ação educativa e preventiva,
que levasse informação científica acessível à comunidade e promovesse reflexão
sobre o uso equilibrado da tecnologia na infância”, complementa.
O que dizem os estudos - O uso
excessivo de dispositivos digitais já é apontado por pesquisadores como um dos
grandes desafios da infância moderna. Estudos recentes revelam que a exposição
prolongada está associada a alterações neurobiológicas, déficit de atenção,
ansiedade, distúrbios do sono e atrasos no desenvolvimento cognitivo e social.
Pesquisas internacionais, como as
publicadas na revista Trends in Psychiatry and Psychotherapy, também relacionam
a dependência de smartphones ao agravamento de quadros de depressão, estresse e
isolamento social.
Mais do que alertar sobre os riscos, o
projeto pretende estimular uma mudança cultural em torno da tecnologia,
promovendo o uso responsável e intencional das telas. A ação reforça o papel do
IDOMED FAMEJIPA na promoção da educação em saúde, unindo ensino, pesquisa e
extensão em benefício da comunidade.
“Os primeiros anos de vida e a
adolescência são fases fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e
emocional. Por isso, é essencial que famílias e escolas compreendam os riscos
do uso excessivo e adotem práticas de mediação e acompanhamento digital”,
reforça o professor Jeferson.
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