Quarta-feira, 24 de setembro de 2025 - 07h49
No dia 16 de setembro, a Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da
Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para discutir os limites de
enquadramento do Simples Nacional e do Microempreendedor Individual (MEI). Os
valores de faturamento que definem a permanência nesses regimes estão
congelados há quase uma década, sem qualquer atualização, enquanto os custos de
produção, insumos e serviços seguem em constante elevação. Segundo Marcos
Tavares Leite, advogado, esse descompasso pressiona micro e pequenas empresas,
que enfrentam aumento contínuo de despesas sem a correspondente correção nos
limites de faturamento. A situação afeta a sustentabilidade das atividades e
ameaça a permanência de muitos empreendedores no regime simplificado. O debate
destacou que há consenso entre deputados e senadores de que a atualização dos
limites representa uma medida de justiça fiscal e tributária. Um projeto de lei
complementar, aprovado no Senado em 2021 e já analisado por todas as comissões
da Câmara, aguarda votação desde setembro de 2022. A proposta prevê a correção
dos limites pela inflação, a possibilidade de contratação de até dois
empregados pelo MEI e a instituição de um mecanismo de reajuste anual
automático, acompanhando a evolução dos custos e da economia. Entidades
representativas da indústria, do comércio e dos serviços participaram da
audiência, reforçando a necessidade da atualização. De acordo com Marcos
Tavares Leite, a falta de correção dos limites provoca distorções que levam
muitas empresas a ultrapassarem o teto e a migrar para regimes mais complexos e
onerosos, como o lucro real ou o lucro presumido. Muitas, entretanto, não
conseguem se adaptar e encerram suas atividades, o que resulta em desemprego e
redução da arrecadação. O advogado ressalta que ampliar a base de contribuintes
é mais eficaz do que manter a defasagem atual. Com mais empresas formais, a
arrecadação pode crescer mesmo com alíquotas menores, como ocorreu quando o
Simples Nacional foi criado, estimulando a formalização e aumentando as
receitas públicas. A aprovação do projeto em tramitação é fundamental para
assegurar a continuidade da atividade empreendedora, preservar empregos e
garantir que micro e pequenas empresas, responsáveis por grande parte da
geração de renda no país, permaneçam ativas e formais.
Assista: https://youtu.be/CFGAWW52g3s
Empreendedorismo se agiganta, mas formalização segue como desafio
O número de trabalhadores por conta própria explodiu no país nos últimos
20 anos. São 42 milhões de novos empreendedores no Brasil e é o número que
chama atenção porque, apesar do dinamismo do mercado, em Rondônia, oito em cada
dez profissionais ainda não estão formalizados, ou seja, não possuem nem MEI,
nem CNPJ. Rondônia, que já se destaca por ter a menor taxa de desocupação do
país, convive com um desafio silencioso e não diferente do resto do país:
transformar o potencial empreendedor em formalidade. A figura do
Microempreendedor Individual (MEI) surgiu para simplificar esse processo. Hoje,
abrir um CNPJ é gratuito, a manutenção mensal é reduzida (cerca de R$ 80,00) e
não há necessidade de contador. Além disso, a formalização garante
direitos previdenciários, como aposentadoria por idade, auxílio-doença,
auxílio-maternidade, auxílio-acidente de trabalho e pensão por morte. O MEI
também pode emitir notas fiscais, participar de licitações e acessar linhas de
crédito exclusivas. Estar formalizado vai além de cumprir exigências legais.
Uma pesquisa da SIMPI Nacional mostrou que empresas com CNPJ vendem, em média,
29% a mais porque transmitem mais confiança ao cliente. Há ainda benefícios
indiretos: possibilidade de abrir conta bancária PJ, operar maquineta de cartão
e investir em divulgação mais profissional. Pequenos negócios formalizados
também têm mais chances de prestar serviços para grandes empresas. A
empreendedora Fabiana é exemplo desse movimento. Em 2017, ela abriu uma
pastelaria como MEI, mas precisou encerrar o negócio no ano seguinte. Em 2025,
decidiu recomeçar vendendo pudins, novamente dentro da formalidade. “Optei por
ser MEI porque preciso estar mais tempo em casa com meu filho pequeno. O
informal sofre muito mais”, relata. Hoje, seus doces viraram sucesso de vendas.
O Brasil conta atualmente com 23,9 milhões de empresas ativas, sendo 16,5
milhões de MEIs. Em Rondônia, já são 150.201 empresas abertas, das quais
100.584 são microempreendedores individuais. Juntas, micro e pequenas empresas
representam 97% do total de empresas do Estado e respondem por cerca de 68% dos
empregos com carteira assinada no país. Para o presidente do Sindicato da Micro
e Pequena Indústria de Rondônia, Leonardo Sobral, a formalização é um divisor
de águas. “O motoboy, por exemplo, pode ser MEI. Se acontecer um acidente, ele
tem direito ao auxílio-doença. Quando trabalham, eles têm renda; quando não
trabalham, não entra nada. Na formalidade, há segurança”, explica. Com mais
acesso a crédito, melhores oportunidades de mercado e incentivo à formalização,
Rondônia pode ampliar ainda mais sua força empreendedora. O futuro do Estado
passa por transformar negócios pequenos em grandes histórias de sucesso, como o
pudim da Fabiana.
Assista: https://youtu.be/wVsL1xaGp5U
Poderes Constituídos não se entendem e nós pagamos a conta
Fluxo de capital externo e estabilidade cambial apontam oportunidades,
enquanto crédito caro e incerteza política seguem como desafios até 2026.
No último trimestre do ano, as atenções políticas já se voltam para
2026, mas o cenário econômico ainda apresenta pontos de definição. A taxa de
juros permanece em 15%, mesmo após meses de deflação e recuo da inflação. Para
Ricardo Rocha, professor do Insper, a manutenção dessa taxa pelo Banco Central
está relacionada ao risco político, à insegurança jurídica e às disputas entre
os poderes. Essa estratégia preserva a estabilidade cambial e mantém o Brasil
atrativo para investidores estrangeiros, em razão do diferencial de juros em
relação aos Estados Unidos. A entrada de dólares contribui para reduzir a
volatilidade do câmbio e gera perspectivas positivas para o mercado financeiro.
Embora o ambiente eleitoral ainda apresente incertezas, com indefinição sobre
possíveis adversários do atual presidente, há uma percepção de que a Bolsa pode
reagir de forma favorável nos próximos anos. Ricardo Rocha aponta que 2026
tende a ser politicamente instável, mas com potencial econômico, especialmente
pela possibilidade de forte fluxo de capital externo. Para empresas
importadoras, a acomodação da taxa de câmbio representa ganhos em insumos e
matérias-primas. Já os exportadores devem buscar resultados além da valorização
cambial, considerando que a economia nacional ainda enfrenta desafios
estruturais, como renda média baixa e mercado de trabalho heterogêneo. O
professor do Insper recomenda que os empresários se preparem para um cenário de
oportunidades no próximo ano. Ele destaca a importância de investir em
qualificação de equipes e evitar reações tardias às demandas do mercado, que
costumam encarecer a mão de obra. Quanto aos juros, avalia que devem permanecer
estáveis até o fim do ano, a menos que haja uma queda mais acentuada da
inflação. Por tanto, ainda que o crédito continue caro, a orientação aos
empresários é diversificar relacionamentos bancários, manter maior proximidade
com diferentes gerentes e garantir transparência nos balanços, o que pode
facilitar negociações e acesso a linhas de financiamento.
Assista: https://youtu.be/ziIIKwtnbeM
Secretário Nacional de Segurança visita Simpi e fala sobre os Impactos
na Vida das Pessoas e no Funcionamento das Empresas
A segurança pública é um tema central para o Brasil, influenciando não
apenas a vida das pessoas, mas também o funcionamento das empresas e a economia
em geral. Para discutir o panorama atual e as medidas em andamento, o programa
A Hora e a Vez da Pequena Empresa recebeu o Dr. Mário Luiz Sarrubo, Secretário
Nacional de Segurança Pública. O objetivo da entrevista foi apresentar o
trabalho do Ministério da Justiça na normatização e atualização legislativa,
bem como mostrar os impactos das políticas de segurança sobre a sociedade e o
ambiente de negócios.
Segundo o secretário, o Brasil possui um arcabouço legislativo robusto,
mas alguns ajustes pontuais são necessários para enfrentar crimes recorrentes,
especialmente nas grandes cidades. Um exemplo recente é a alteração do Código
Penal relacionada à receptação de celulares roubados, aprovada na Câmara dos
Deputados. A medida aumenta a pena para quem compra ou lucra com produtos
furtados, reduzindo a procura e, consequentemente, a ocorrência desses crimes.
Essa iniciativa demonstra como ajustes legais específicos podem ter efeitos
diretos e eficientes na redução da criminalidade. Além das alterações no Código
Penal, o Ministério da Justiça trabalha na atualização da Lei das Organizações
Criminosas. O projeto foi construído em diálogo com polícias estaduais,
conselhos de comandantes de polícia, academia e organizações sociais como o
Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Entre os pontos centrais, está a criação
do Banco Nacional de Faccionados, que reunirá informações sobre a atuação das
facções em diferentes estados e permitirá uma integração mais eficiente das
forças de segurança. A proposta também busca tipificar melhor práticas como a
infiltração do crime organizado em setores empresariais e no poder público, fortalecendo
a capacidade do Estado de coibir atividades ilícitas. O secretário destacou a
relação direta entre segurança pública e custos para empresas. O gasto com
proteção e prevenção é incorporado ao preço dos produtos, impactando a renda da
população e a competitividade das empresas formais. Um ambiente seguro reduz
despesas com segurança privada, permite maior produtividade e contribui para a
expansão do comércio e da indústria. Por essa razão, políticas de segurança
pública são fundamentais não apenas para proteger pessoas, mas também para
criar condições econômicas mais estáveis e justas. No âmbito internacional,
Sarrubo enfatizou a importância da cooperação com países vizinhos e organismos
multilaterais. Citou a eleição de um brasileiro para a presidência da Interpol
como exemplo do protagonismo do país em iniciativas internacionais de
segurança. Além disso, o Ministério da Justiça inaugurou recentemente em Manaus
o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, integrado ao projeto
Amazônia Mais Segura, que permitirá a troca de informações em tempo real com
autoridades de países vizinhos, fortalecendo o monitoramento das fronteiras
terrestres e marítimas e combatendo o tráfico de drogas e outras atividades
criminosas transnacionais. O trabalho nas fronteiras é uma das prioridades do
ministério, com a implantação de Centros Integrados de Segurança Pública e
Proteção Ambiental (CISPA) em regiões estratégicas, como Cruzeiro do Sul,
Dionísio Cerqueira, Foz do Iguaçu, Cáceres e Oiapoque. Esses centros permitem a
atuação conjunta das polícias locais e a articulação direta com países
fronteiriços, promovendo inteligência integrada e respostas mais rápidas a
crimes organizados. A iniciativa também busca minimizar impactos econômicos e
sociais provocados pela criminalidade nas regiões fronteiriças, como tráfico de
drogas, contrabando e violência urbana. Reforçou que o fortalecimento da
segurança pública envolve medidas legislativas, políticas de integração
nacional e cooperação internacional. O trabalho do ministério visa criar um
sistema que reduza custos para empresas, aumente a formalidade no comércio e na
indústria e gere um ambiente mais seguro para trabalhadores e cidadãos. O
secretário também destacou que as ações do governo buscam atender a um consenso
amplo na sociedade sobre a importância de políticas públicas eficazes de
segurança, tanto para pessoas quanto para o setor empresarial.Por fim, o
secretário Dr. Mário Luiz Sarrubo enfatizou que os resultados esperados dessas
iniciativas não se limitam à redução da criminalidade, mas incluem o
fortalecimento do Estado de Direito, a promoção da justiça social e o
equilíbrio econômico. Segundo ele, o investimento em segurança pública é um
pilar fundamental para a construção de uma sociedade mais organizada, segura e
capaz de gerar oportunidades para todos.
Assista: https://youtu.be/ZPVIz_mwK9Y
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