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Economia - Nacional

Obra em Rondônia promete aliviar sobrecarga em Santos e Paranaguá


O porto de Porto Velho, em Rondônia, um dos principais corredores de exportação de soja e milho do Norte brasileiro, está prestes a tirar do papel um projeto que promete duplicar o fluxo de cargas pelo Rio Madeira a partir do fim do próximo ano. Ou seja, deve beneficiar o escoamento da safra 2014/15.

A obra será viabilizada por investidores privados e tende a aliviar a sobrecarga nas estradas que hoje transportam os produtos até Santos e Paranaguá. A principal delas é a BR-163, rodovia que rasga o mar de soja no Centro-Oeste brasileiro e que já dá sinais de esgotamento nos primeiros passos da colheita de Mato Grosso, maior produtor nacional de soja. A via é o único canal de transporte da produção do Norte e Centro-Oeste para os portos do Sudeste e Sul do país.

Em visita a Rondônia pela primeira vez, a Expedição Safra Gazeta do Povo reuniu-se com diretores da Sociedade de Portos e Hidrovias do estado (Soph) e também com representantes de uma das empresas que operam atualmente no terminal. A Hermasa, do grupo André Maggi, confirmou a construção de uma nova estrutura para embarque de grãos fora da capital. A área, que já está loteada, fica oito quilômetros abaixo do porto atual, numa região conhecida como Portochuelo, o que deve encurtar o percurso das embarcações até Itacoatiara (AM), porta de saída das cargas para o exterior.

A construção vai exigir investimento inicial de R$ 80 milhões. O dinheiro será aplicado pelo grupo Amaggi e um investidor independente. A sociedade deu origem à Rio Madeira, empresa que vai gerir o empreendimento. “Temos a certidão de viabilidade e o terminal da Amaggi já tem um projeto pronto, com licenciamento ambiental”, conta Dolores Barofaldi, que coordena o complexo por­­tuário e faz a ponte entre os investidores. O governo do estado apoia a construção do terminal, que vai desviar as carretas que hoje entram na cidade para chegar à área portuária e incomodam a comunidade local.

A estrada de acesso já foi aberta pelo governo, mas metade do trecho ainda precisa ser asfaltado, segundo os investidores. Com uma estrutura limitada, atualmente o porto movimenta cerca de 4,5 milhões de toneladas de grãos por ano em dois terminais – um público e outro privado. Maior parte desse volume – cerca de 4 milhões de toneladas – é produzido no Noroeste de Mato Grosso . O restante sai do Sul de Rondônia.

No primeiro ano de operações, somente o terminal do grupo Amaggi pretende dobrar a capacidade em relação ao volume atual – de 2,5 milhões de toneladas de grãos para 5 milhões de toneladas. O projeto prevê ainda outros lotes a serem comercializados pelo Complexo Porto Madeira. A Soph também terá uma área exclusiva para embarques.

Porto quer ampliar embarque de carnes

A administração do porto de Porto Velho pretende alavancar os embarques de carnes pelo Rio Madeira ainda neste semestre. Uma obra que prevê a instalação de rede elétrica em um pátio para contêineres refrigerados está sendo licitada pela administradora do porto. Hoje os frigoríficos da região enviam a maior parte de suas cargas até Santos ou Paranaguá – uma viagem de mais de 3 mil quilômetros. Se a carne sair por Porto Velho, o percurso cairia a aproximadamente um terço.

Para viabilizar o escoamento e tirar o projeto do papel, o porto conta com a produção do JBS, maior frigorífico do mundo, além do Minerva e do Frigon, que têm unidades tanto no estado como em Mato Grosso. “Eu os chamei para conversar e eles demonstraram interesse grande em exportar por aqui, principalmente por causa da Lei do Caminhoneiro, que vai onerar muito a carga de transporte”, explica Ricardo de Sá Vieira, diretor-presidente da autarquia.

Ele diz que o JBS se comprometeu em escoar a carne produzida em dez unidades espalhadas pelo norte de Mato Grosso e Rondônia quando o porto tiver estrutura adequada. O porto deve começar a embarcar 300 contêineres por mês de carne, embora sua capacidade total seja para 500 contêineres mensais, conforme Vieira.

Fonte: Gazeta do Povo
 

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