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Mercosul: Integração protege Brasil de 'tsunami' econômico


A integração do Brasil com o Mercosul proporcionará ao país uma grande proteção contra o "tsunami econômico e financeiro que se aproxima" a partir da crise econômica dos países desenvolvidos. A previsão foi feita pelo ministro de primeira classe Ruy Carlos Pereira, cuja indicação para o posto de delegado permanente do Brasil junto ao Mercosul e à Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) foi aprovada nesta quinta-feira (10) pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). A mensagem presidencial contendo a indicação será agora examinada pelo Plenário.

Segundo Pereira, que há cinco anos trabalha como cônsul-geral do Brasil em Montevidéu, sede da Aladi e do Mercosul, as dificuldades econômicas enfrentadas no momento especialmente por países europeus ressaltarão a importância da integração continental para a manutenção do que chamou de "vitalidade e dinamismo" da economia brasileira e dos três outros sócios do bloco - Argentina, Paraguai e Uruguai.

- Temos uma oportunidade histórica pela frente. Vamos primeiro levantar os diques das fronteiras externas do Mercosul e então superar os obstáculos que ainda encontramos internamente à integração, superando isto que se convencionou chamar de união aduaneira imperfeita - sugeriu Pereira.

O embaixador indicado ressaltou o papel da Aladi no início do processo de integração continental, há mais de 50 anos. Se, com a associação, o Brasil "aprendeu a fazer integração", comparou, com o Mercosul as empresas brasileiras aprenderam a internacionalizar as suas atividades, uma vez que o bloco é o principal destino dos investimentos brasileiros no exterior.

O comércio entre os quatro países do Mercosul, lembrou ainda o embaixador, pulou de US$ 1 bilhão em 1990 para US$ 44 bilhões de 2010. O forte crescimento, como observou, tem "especial importância" para a economia brasileira, uma vez que 93% dos produtos vendidos pelo Brasil aos demais países do bloco são de alto valor agregado.

Cidadania

Pereira ressaltou ainda o compromisso assumido pelo bloco no final do ano passado com a implantação de um programa de cidadania do Mercosul. Em sua opinião, faltam ainda ao Mercosul "um rosto, uma fotografia, uma carteira de identidade". Além do comércio, observou, a integração deve beneficiar os habitantes dos países que integram o bloco e abrir caminho para o que chamou de "sentido de pertencimento".

- Nos próximos 10 anos, vamos cuidar da construção dessa cidadania, para que, quando o Tratado de Assunção vier a completar 30 anos, tenhamos o cidadão do Mercosul - defendeu Pereira.

Durante o debate que se seguiu à sua apresentação inicial, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) pediu que a integração com os países vizinhos não seja apenas retórica, mas também prática. Ele citou o exemplo de uma ponte construída há 18 anos na fronteira do estado do Paraná com a Argentina, que até hoje funciona de forma precária pela falta de pessoal da Polícia Federal e da Receita Federal.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu empenho do embaixador indicado para que no Mercosul não exista apenas a livre circulação de bens e serviços, mas também de seres humanos. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), relator da mensagem presidencial, ressaltou a necessidade de o Mercosul aprofundar a sua integração sem cometer os "mesmos erros" dos europeus, atualmente afetados por uma forte crise econômica e política. E o senador Pedro Taques (PDT-MT) defendeu um esforço conjunto com os países vizinhos no combate a "preconceitos" que seriam estimulados pela forma como cada país opta por transmitir às novas gerações a história sul-americana.

Educação

Ainda durante a reunião, a comissão aprovou parecer favorável ao Projeto de Decreto Legislativo 239/11, que ratifica acordo de cooperação em educação com o governo de Belize, assinado em abril do ano passado. O relator foi Cristovam Buarque.

Também foi aprovado requerimento do senador Aníbal Diniz (PT-AC), para a realização de audiência pública com a presença do presidente do Congresso Nacional do Peru, deputado Daniel Abugattás, para discutir a "intensificação das relações diplomáticas e comerciais entre o Brasil e o Peru, com a conclusão da rodovia interoceânica ligando nosso país aos portos do Oceano Pacífico".

Fonte: Marcos Magalhães / Agência Senado
 

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