Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou hoje (19) que 2012 foi um ano “difícil e frustrante” para o mundo, mas para o Brasil houve um lado “muito positivo e muito fundamental” porque foram feitas reformas até pouco tempo consideradas “impensáveis”. Segundo Mantega, são reformas que estão eliminando grandes distorções estruturais da economia brasileira.
Ele citou os juros elevados, que penalizam a produção e o consumo, distorção entre o preço do dólar e o real e a desigualdade tributária. Ele destacou também que os juros altos aumentam o custo da dívida. “É o país que pagou os maiores juros sobre o serviço da dívida durante décadas. Imagina quanta energia nos perdemos com isso. No ano passado, o pagamento dos juros para a rolagem da dívida chegou a 5,8% do PIB [Produto Interno Bruto]. Não existe lugar nenhum no mundo assim. Hoje, a Itália, com dificuldades, tem um serviço da dívida de 2,9%. ”, disse.
De acordo com Mantega, o Brasil convive com altíssima carga tributária há muito tempo para pagar a dívida e, ao mesmo tempo, tem que fazer um superávit alto (economia para o pagamento de juros) também para pagar a dívida. “São distorções gêmeas. Carga elevada e juros elevados. Ambos penalizando a produção. Portanto, é um milagre o que nós fizemos [redução dessas distorções]. Sou ministro há 6 anos e alguns meses, desde que sou ministro, a média de crescimento foi 4,2% [2006 a 2011] , maior das últimas décadas, mesmo com essas distorções, com uma crise violenta”, destacou.
Mantega disse que é importante observar que as mudanças não são rápidas, os juros têm caído e o Brasil é um “paraíso para a produção”, já que tem juros reais de 1,7%. Os juros reais são calculados sem levar em conta a inflação.