Sexta-feira, 28 de novembro de 2008 - 17h48
Wellton Máximo
Agência Brasil
Brasília - Apesar de continuar em crescimento, a indústria brasileira começa a sentir os efeitos da crise internacional, segundo informou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o Indicador Ipea de Produção Industrial Mensal, divulgado hoje (28), a atividade industrial cresceu 3,3% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, mas apresentou estagnação em relação a setembro.
O levantamento, destacou o Ipea, desconta os fatores sazonais oscilações típicas dos índices conforme as épocas do ano para apontar a variação da atividade de um mês para outro. A estagnação detectada, portanto, não considera a queda típica na produção das mercadorias que serão comercializadas no natal, cujo pico costuma ocorrer em setembro.
Conforme o relatório, praticamente todos os setores da indústria apresentaram crescimento na comparação com outubro de 2007. A exceção foi o setor automobilístico, um dos mais afetados pela crise financeira que restringiu o crédito em todo o mundo.
O levantamento mostra que a indústria automotiva teve queda de 0,3% de outubro de 2007 a outubro de 2008. Em relação a setembro, quando a escassez de crédito estava apenas tendo início, a retração foi ainda maior: 1,6%.
Na avaliação do Ipea, as montadoras atravessam um processo de acomodação, que pode ser comprovado pelo aumento no estoque das montadoras e na queda das vendas de automóveis. Somente em outubro, o número de veículos vendidos caiu 11% em relação ao mês anterior.
O documento evita fazer previsões para os próximos meses, mas informa que a crise começou a afetar outros setores da economia. "Durante o mês de outubro, alguns setores ligados à exportação sofreram com a diminuição das linhas de financiamento externo. Somada a isso, a queda na demanda mundial e nos preços das commodities [bens primários com cotação internacional] começa a afetar negativamente as quantidades exportadas", destacou o relatório.
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