Terça-feira, 27 de dezembro de 2011 - 09h19
Para manter a tradição da população brasileira no consumo diário de arroz e feijão, considerado o par perfeito, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, está disponibilizando aos produtores as cultivares de arroz BRS Tropical e BRS Jaçanã; e as cultivares de feijão BRS Estilo e Pérola, para a próxima safra.
O arroz (Oryza sativa) é uma planta da família das gramíneas ou Poaceaes, a mesma do trigo, milho, sorgo, milheto, cevada, entre outras. Esse cereal alimenta mais da metade da população mundial e é atualmente a terceira maior cultura cerealífera do planeta, perdendo apenas para o milho e o trigo, respectivamente. O arroz pode ter surgido dois mil a.C., na Indochina, ou no vale do Níger, cerca de mil anos a.C. Além de ser utilizado na alimentação, as variedades especiais de Oryza eram usadas como oferendas em cerimônias religiosas na Índia. Mas foi por meio dos comerciantes árabes que ocorreu a grande disseminação desse cereal.
Já o feijão (Phaseolus vulgaris) é da família das leguminosas ou Fabaceaes, que compreende a soja, amendoim, ervilha, grão de bico, entre outros. Há evidências que o feijão tenha origem americana. Existem duas hipóteses: teria surgido sete mil anos antes da era cristã, no México; ou que sua origem seja de dez mil anos a.C., no Peru. E tudo indica que as guerras foram as principais responsáveis por sua disseminação.
No Brasil, o feijão já existia antes da chegada dos portugueses, apesar de os índios não darem muita atenção a essa leguminosa. Quanto ao arroz, não se sabe ao certo se nas terras brasileiras havia esse cereal antes da chegada dos colonizadores. Mas, foi a partir do século 17, que a “química” na relação desses dois alimentos tomou força e culminou com um casamento duradouro no prato preferencial dos brasileiros.
Enquanto sozinhos, o arroz e o feijão, passavam a sensação de que faltava alguma coisa. Quando juntos, asseguravam sabor indiscutível e proporcionavam um invejável arranjo de nutrientes. Como em qualquer ‘par perfeito’, os parceiros se completam. O arroz contém metionina e o feijão, lisina – aminoácidos que compõem um importante perfil proteico.
O arroz possui ainda várias vitaminas do complexo B, carboidratos, cálcio e folato (ácido fólico). E o feijão, por sua vez, é rico em proteína, ferro, vitaminas do complexo B e demais minerais fundamentais para o bom funcionamento do organismo.
A parceria também é responsável por manter o equilíbrio no índice glicêmico. Enquanto o arroz pode ocasionar aumento nas taxas de açúcar e insulina, o feijão é responsável por conter esse efeito. A dica é colocar três colheres de arroz para uma de feijão.
De acordo com o Balanço de Oferta e Demanda da Conab, na safra 2010/2011 o Brasil consumiu 12,8 milhões de toneladas de arroz em casca e 3,6 de feijão. Nesse mesmo período a produção foi de 13,6 milhões de toneladas de arroz em casca e 3,8 de feijão. E para que essa diferença, produção menos consumo, continue positiva, a Embrapa disponibiliza para o mercado as cultivares de arroz irrigado tropical com alta potencial produtivo de arroz BRS Tropical e BRS Jaçanã e de feijão BRS Estilo e Pérola. Renovando assim, com pesquisa e tecnologia, a longa história do ‘par perfeito’.
BRS Tropical – arroz recomendado para os estados de Goiás, Tocantins, Pará, Roraima, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e para toda a Região Nordeste. Apresenta moderada resistência à brusone da folha e da panícula, mancha parda e mancha do grão. Tem características de arquitetura moderna com altura média de planta de 110 cm, grão de classe longo-fino e excelente qualidade industrial e culinária. A produtividade média da BRS Tropical chega facilmente a 7,0 toneladas por hectare e o seu ciclo médio é de 140 dias.
BRS Jaçanã - arroz recomendado para os estados de Roraima, Pará, Tocantins, Goiás e Distrito Federal. É cultivar de arroz irrigado indicada para várzea, apresenta moderada resistência ao acamamento e moderada suscetibilidade à mancha parda, mancha dos grãos e brusone. Possui boa estabilidade de rendimento de grãos inteiros no beneficiamento, elevado teor de amilose (28%) e boa qualidade física e culinária de grãos. A cultivar também se destaca pelo curto período de maturação de pós-colheita. A média de produção da BRS Jaçanã nos ensaios foi de 6,1 toneladas por hectare e seu ciclo de 120 dias.
BRS Estilo - feijão tipo carioca, indicado para os estados de Goiás, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, São Paulo, Sergipe, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Tocantins. Apresenta resistência ao acamamento e ao mosaico comum e resistência intermediária à antracnose, ao crestamento bacteriano e à ferrugem. Tem porte ereto de planta (adaptada à colheita mecânica), estabilidade de produção, alto potencial produtivo (4,0 toneladas por hectare) e ciclo médio de 90 dias.
Pérola – feijão tipo carioca, recomendado para os estados de Goiás, Distrito Federal, Bahia, Sergipe, Alagoas, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rondônia, Acre, Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Apresenta resistência ao mosaico comum e resistência intermediária à mancha angular e ao fusarium. Tem alto potencial produtivo (3,9 toneladas por hectare), arquitetura de planta semiereta e ciclo de maturação médio de 86 dias.
As sementes das cultivares de arroz BRS Jaçanã e BRS Tropical estarão disponíveis para venda a partir de maio de 2012 e as cultivares de feijão BRS Estilo e Pérola apresentam disponibilidade imediata.
INFORMAÇÕES SOBRE AQUISIÇÃO DE SEMENTES
Escritório de Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia em Goiânia
Rodovia BR-153, Km 4, Zona Rural, Caixa Postal 714
CEP – 74001-970 – Goiânia, GO
Telefone: (62) 3202-6000; Fax: (62) 3202-6020
E-mail: [email protected]
Informações sobre as cultivares
Embrapa Arroz e Feijão
Rodovia GO-462, km 12 Zona Rural, Caixa Postal 179
75375-000 Santo Antônio de Goiás, GO
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http://www.cnpaf.embrapa.br/
Fonte: Isaac Leandro de Almeida e Lucas Tadeu Ferreira (MTb-DF 3032 e Conrerp-DF 620). / Embrapa Transferência de Tecnologia
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