Domingo, 30 de novembro de 2008 - 15h07
Por Thiago Romero
FAPESP - Luiz Pinguelli Rosa, secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, defende a criação de novas políticas para o setor de transportes. A crise financeira atual pode ser pequena frente à crise ambiental, alerta.
Os incentivos oferecidos pelo governo brasileiro para a indústria automobilística têm permitido que o país registre o crescimento exponencial dos veículos flex fuel: cerca de 7 milhões de unidades já foram produzidas desde 2003, sendo que praticamente 90% de toda a produção atual nacional de veículos leves usa também o biocombustível.
Luiz Pinguelli Rosa, secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, alerta, no entanto, que o Brasil necessita criar rapidamente políticas estratégicas para o setor.
Os incentivos financeiros à indústria automobilística devem ser condicionados a políticas de restrição dos automóveis pesados utilizados pelas famílias nas grandes cidades. São verdadeiros carros de combate que, na minha opinião, não têm outra finalidade a não ser dar status para quem os têm, disse na semana passada durante a Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, em São Paulo.
Estamos vivendo uma crise econômica e sabemos que o mercado por si só não resolverá o problema. Na questão climática, não será diferente: a venda de automóveis flex fuel não resolverá todas as questões. O Brasil precisa de políticas públicas que mudem o perfil de consumo no setor de transportes. A crise financeira atual pode ser pequena frente ao que poderá ser a crise ambiental, alertou o também diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Pinguelli Rosa mencionou que o uso em escala do álcool como combustível no Brasil se deu por meio de políticas públicas do governo brasileiro, criadas durante o primeiro choque do petróleo, em 1974, quando foi lançado o Programa Brasileiro de Álcool (Proálcool) visando à substituição em larga escala dos derivados de petróleo.
Apesar de, felizmente, terem sido bem-sucedidas, essas políticas não foram criadas por motivações ambientais. Mas, hoje, chegamos a um ponto crítico ambientalmente em que é preciso incentivar o transporte público ao mesmo tempo em que se incentiva o uso do álcool nos automóveis, disse.
Pinguelli Rosa contou que o Plano Nacional de Mudança Climática deverá ser assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de dezembro, antes da próxima Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), na Polônia. Para ele, um assunto importante que deve ser discutido junto ao governo no âmbito desse plano de ações é o uso do carvão vegetal. O Brasil não tem apenas o álcool automotivo como biocombustível. É preciso estimular a siderurgia com carvão vegetal proveniente de florestas plantadas. Hoje, metade do carvão vegetal utilizado na siderurgia vem da floresta plantada, afirmou.
Fonte: Fapesp
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